tag:blogger.com,1999:blog-188978162024-03-07T04:25:22.538-03:00Araken Vaz GalvãoSertanejo, baiano, brasileiro, americano (no melhor sentido). <br>
Revolucionário, hoje pelo exercício radical da cultura, por escrito e assinada. <br>
A cultura floresce a partir de sua raiz, caso contrário é artificial, morta.Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.comBlogger169125tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-33524311242710621282022-10-02T12:43:00.001-03:002022-10-02T12:43:40.995-03:00<p> </p><p><br /></p><p><br /></p><p></p><p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Meu último livro I<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com estas linhas
buscar-se-á demonstrar inicialmente a inquestionável universalidade do exílio,
cumprindo ainda informar que assim como alguns dentre nós têm mais dinheiro,
outros, mais beleza, outros, mais energia, outros mais liderança, outros ainda
mais quaisquer coisas… Assim alguns têm mais exílios e, portanto, possivelmente,
mais solidão e isolamento em suas vidas. </span></p><p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; text-align: left;">Escusando-se
por não somar maior amplitude ao tema, mas visando trazer a narrativa um
particular fato, e assim aproximar-se-á do jornalismo. Araken Passos Vaz Galvão
Sampaio, autor destas toscas meditações, é uma das raras pessoas, dentre as
mais ricas do mundo em exílios e vida (notem que agora se usou a formulação
jornalística) – que conciliou a bendita maravilha de se dispor, ao mágico
esforço de escrever e o fantástico realismo, neste pretencioso trabalho que
narra, em ordem própria a um ciclone em câmera lenta, sonora e eventualmente
musical, seus quase inumeráveis exílios. Os exílios territoriais, os exílios
humanos e os exílios da vida, aqueles que resultam em morte, senão lentas,
quase sempre dolorosas. E o faz-se sob uma densa chuva tóxica de lágrimas
duras, cristalizadas, pontiagudas, que grassa no vulgar deserto de ideias e
compreensões, mas sim com a mesma forma que trilha o seu caminho, o do seu
nascimento até aqui: e colocado no paredão pelos fuzis dos impropérios
circunstâncias, submetidos a escolher entre o exílio e a vida, escolheu o
exílio. Todas às vezes. E a vida! Ah!... que ilusão.</span></p><p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; text-align: left;">Araken Vaz-Galvão</span></p><p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; text-align: left;"> Valença, BA, 2 de outubro de 2022</span></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><br /><p></p>Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-88381685350767027552021-11-26T12:18:00.004-03:002021-11-26T12:18:42.295-03:00<p> </p><p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"> Kitsch</span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Kitsch é um termo de origem <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_alem%C3%A3" title="Língua alemã"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">alemã</span></a>
(<i>ver kitschen</i>) que é usado para categorizar objetos de valor estético
distorcidos e/ou exagerados, que são considerados inferiores à sua cópia
existente. São frequentemente associados à predileção do gosto mediano e pela
pretensão de, fazendo uso de estereótipos e chavões que não são autênticos, além
de ser em de mau gosto, tomar para si valores de uma tradição cultural
privilegiada.<o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Umberto Eco : Luwig Giez, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">phaenomenologie des kitsches</i>, Rothe
Veriag, Heidelberg, 1960, sugere algumas etmologias do termo. Segundo ele
remontaria à segunda metade do século XIX, quando os turistas americanos em
Mônaco, querendo adquirir um quadro, mas a baixo preço. Pediam o “esboço” (sketch).
Daí teria vindo o termo alemão para indicar a vulgar pacotilha artística para
compradores desejosos de fáceis experiências estéticas. Todavia em dialeto
meklem-burguês existia já o verbo kitschen por “recolher o barro da estrada”.
Uma outra concepção seria “mascarar moveis para parecer antigos”, enquanto se
tem o verbo verkitschen por “vender a baixo preço”(Apocalitticl, cit., p.68). <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Princípio de Inadequação</span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">: Ao deslocamento, junta-se a inadequação
da forma, do estilo, do contexto, da função, de uso. Desvio em relação à
finalidade, tamanho (abridores de garrafa gigantes), falsificação de materiais
(flores de plástico), estilos contextos (anjos barrocos de gesso, para
estantes) figurações em objetos utilitários (pêra de cristal, como baleiro).
Funções secundárias que acabam suplantando a função principal, funções
múltiplas em um único objeto. A inexistência de uma relação do tema com a
estrutura geral da obra. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Principio de Acumulação (ou Empilhamento)</span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">: Objetos diversos sem um sentido, que
possuem valor emocional e de baixo custo, que vão sendo acumulados sem uma
unidade de adequação.(enfeites de geladeiras, cerâmicas, bibelôs). Além de
tornar ambientes kitsch, também pode tornar pessoas em kitsch, quando ocorre o
demasiado uso de enfeites ou adornos corporais. (brincos, colares, pulseiras,
echarpes, etc). <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Percepção <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinestesia" title="Sinestesia"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Sinestésica</span></a></span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">: O maior uso dos sentidos para
impressionar o espectador, imagem, som, aromas (cartões de namorados perfumados).
Repetição exaustiva de mesmos signos com significados semelhantes. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Principio de Mediocridade</span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">: com tantos artifícios, inadequação,
acumulação, percepção sinestésica, o kitsch chega próximo do vulgar, mas essa
mediocridade facilita a absorção do consumidor. Nem feiúra nem beleza extremas:
esses são valores absolutos, que fogem do intuito do kistch. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Principio de Conforto</span></b><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">: o que não cria problemas agrada; enche a
vida da sociedade de consumo de sensações, emoções e pequenos prazeres (objetos
cotidianos).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O kitsch está em todas classes
sociais; é um elemento de nivelação social e histórico consumido
indiscriminadamente por todos. Independente das diferentes possibilidades de
status que o objeto kitsch possa suscitar, agrupa-se o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">amburestem</i> em categorias: <b>religioso</b> (terços saturados de
imagens), <b>sexual</b> (canetas com mulheres nuas), <b>exótico</b> (paisagens
havaianas, indianas de fundo), <b>doce</b> (<a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=An%C3%B5es_de_jardim&action=edit&redlink=1" title="Anões de jardim (página não existe)"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">anões de jardim</span></a>), <b>amargo</b>
(cobras, esqueletos de plástico fluorescentes), <b>político</b> (insígnia de
partidos políticos em chaveiros) e também as combinações entre estas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O kitsch se propõe a valores
sublimes. A literatura de mau gosto feita com intenções comerciais e que usam o
“efeitismo” – <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o efeito, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">crunk</i> sentidos pelo leitor são esperados
e iguais. Músicas, novelas e até a arquitetura: um edifício ou uma casa no
estilo neoclássico, típico do século XIX, com falsa colunas gregas de concreto
e falsos frontões é <i>Kitsch</i> porque deslocado no tempo, feito de materiais
contemporâneos e inadequado ao uso. Uma construção neoclássica não responde às
necessidades de vida do século XXI, precisando, para isso, ser adaptada,
deformada, tornando-se, assim, simplesmente um cenário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Essas características
conjugadas do Kitsch agem sobre nosso sentido nos causando um “curto-circuito”
da crunk.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Kitsch – Definição: O termo kitsch é
utilizado para designar o mau gosto artístico e produções consideradas de qualidade
inferior. Aparece no vocabulário dos artistas e colecionadores de arte em
Munique, em torno de 1860 e 1870, com base em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">kitschen</i>, [atravancar], e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">verkitschen</i>,
[trapacear] (vender outra coisa no lugar do objeto combinado), o que denota
imediatamente o sentido pejorativo que o acompanha desde o
nascimento. A gênese do kitsch é localizada no <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">romantismo</span></a>, pela ênfase observada na
expressão dos sentimentos e das emoções, o que na literatura, por exemplo, toma
forma do melodrama e da literatura popular. Negação do autêntico, cópia e
artificialidade são os significados frequentemente associados aos objetos e
produções kitsch, encontráveis tanto nas artes visuais, na literatura e na
música, quanto no design e na profusão de produtos que cercam o cotidiano:
souvenir turístico, miniatura, adorno, objetos de decoração e devoção,
talismã religioso e outros. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O kitsch se populariza na década de 1930
com as formulações dos críticos Theodor Adorno (1903-1969), Hermann Broch
(1886-1951) e Clement Greenberg (1909-1994), que o definem por oposição às
pesquisas inovadoras da <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">arte moderna</span></a> e da arte de
vanguarda. Pensando o kitsch com base no conceito marxista de “falsa
consciência”, Adorno localiza-o no seio da indústria cultural e da produção de
massas. Broch, por sua vez, opõe a arte criativa às imitações e convenções
artificiais que orientam as produções kitsch. Greenberg define o “estilo” como
arte da cópia, das “sensações falsas” e da obediência às regras acadêmicas.
Nesse sentido, o kitsch é definido como o avesso da vanguarda. Diz ele: “Onde
há uma vanguarda geralmente também encontramos uma retaguarda. É bem verdade – simultaneamente
à entrada em cena da vanguarda, um outro fenômeno cultural apareceu no Ocidente
industrial: aquilo a que os alemães dão o maravilhoso nome de Kitsch: a arte e
a literatura popular e comercial com seus cromotipos, capas de revista,
ilustrações, anúncios, subliteratura, histórias em quadrinhos, a música de Tin
Pan Alley, sapateado, filmes de Hollywood etc. etc.”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Ainda que, muitas vezes, se fale no
kitsch como um conceito universal – reconhecível, portanto, em qualquer época e
estilo artístico –, a maior parte dos estudiosos encontra-o no seio da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sociedade industrial, de feitio burguês, o
que faz dele um dos produtos típicos da modernidade (Eu diria: típico
da sociedade de consumo). A pujança do kitsch, indica Abraham Moles, coincide
com a expansão do mercado e a emergência da sociedade de massa que impõem
normas à produção artística ditadas pela difusão</i> e possibilidades de
aquisição de produtos artísticos – de modo geral, reproduções e cópias – em
função dos baixos preços. Os grandes magazines, que abrem as portas a partir da
segunda metade do século XIX, dão vazão aos novos produtos que visam agradar a
classe média: porcelana, bibelô, estatueta, cromo com reproduções de estampas
e/ou figuras célebres etc. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">kitsch</i>
apresenta-se desse modo como a arte que está ao alcance do homem, disponível
nas vitrines e casas comerciais”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os artifícios do mundo burguês revelam-se
nos produtos kitsch, confeccionados em geral com novos materiais que nunca
se apresentam como são: a madeira é pintada imitando o mármore; os objetos de
zinco, bronzeados; as estátuas de bronze, por sua vez, douradas. A norma
consiste em utilizar matéria-prima considerada inferior – por exemplo, gesso,
estuque, ferro e zinco – dissimulando-a para que pareça nobre. A técnica da
simulação combina-se nas produções kitsch com a ornamentação rebuscada, com a
associação de ampla gama de cores e com a distorção das dimensões da figura em
relação ao objeto representado (por exemplo, o Arco do Triunfo em miniatura ou
um rato gigante estilizado de bronze). Nota-se ainda a tendência ao exagero e à
acumulação de elementos numa só composição. Nesse sentido, a arte kistch é
essencialmente sincrética, alimentando-se de elementos retirados de diferentes
escolas e artistas. Localiza-se, assim, nas antípodas da funcionalidade e do
despojamento que caracterizam, por exemplo, as obras da <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Bauhaus</span></a>. Longe da funcionalidade, as produções
kitsch caracterizam-se pela gratuidade e por seu caráter eminentemente
decorativo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A despeito das considerações críticas
sobre a existência de uma oposição entre o kitsch e as vanguardas, nota-se uma
estreita relação entre os termos: tanto as produções kitsch incorporam
procedimentos das vanguardas quanto, ao contrário, diferentes movimentos de
vanguarda se interessam pelo kitsch pelo modo como ele subverte os padrões
estéticos, de modo muitas vezes irônico. Um bom exemplo são os bigodes
colocados por Marcel Duchamp (1887-1968) numa reprodução da Gioconda de
Leonardo da Vinci (1452-1519), que fazem dela um ready-made retificado, o
L.H.O.O.Q., 1919. O ato e a obra de Duchamp empreendem uma leitura da tradição
com caráter falsificado e postiço que ela assumiu no mundo moderno. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No período posterior à Segunda Guerra
Mundial, 1939-<st1:metricconverter productid="1945, a" w:st="on">1945, a</st1:metricconverter>
arte pop retira o sentido pejorativo que cerca o kitsch. A <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">arte pop</span></a> se apresenta como um dos movimentos
que recusam a separação arte/vida, e o faz – eis um de seus traços
característicos – pela incorporação das histórias em quadrinhos, da
publicidade, das imagens televisivas e do cinema. Ao aproximar arte e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">design</i> comercial, os artistas superam,
propositadamente, as fronteiras entre arte erudita e arte popular, ou entre
arte elevada e cultura de massa, flertando sistematicamente com o kitsch. Podem
ser citadas, entre outros, a colagem de Richard Hamilton (1922), O que
Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?, de
1956; as <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">naturezas-mortas</span></a> de Tom
Wesselmann (1931), compostas com produtos comerciais; os quadrinhos de Roy
Lichtenstein (1923); as esculturas de Claes Oldenburg (1929), em Duplo
Hamburguer , 1962; e as obras de Andy Warhol (1928-1987), 32
Latas de Sopas Campbell, 1961-1962, Caixa de Sabão Brilho, 1964, entre outras.
No Brasil as obras de <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Nelson Leirner (1932)</span></a> e <a><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Wesley Duke Lee (1931-2010)</span></a> são pioneiras na
incorporação dessas discussões. O pós-modernismo da década de 1980 rompe mais
uma vez, e com resultados diversos, as fronteiras entre o kitsch e a chamada
arte erudita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Obs.: Cult(ura) e Kitsch – “As massas
humanas vivem num desespero tranquilo” – Thoreau. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que é ser Kitsch???!!!!: Este sim tem um
nome que envolve dois conceitos propositada ou aparentemente contraditórios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Se as qualidades do cult(ura) são a uma
busca em direção ao conhecimento original e genuíno, o Kitsch é uma arte falsa,
de fácil compreensão, para mero entretimento e prazer e reprodução de padrões
já existentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Kitsch surge como a kultura acessível a
todos, com o aparecimento e ascensão da classe média, da produção em massa e da
vida aborrecida dos tempos mortos gerados pela diminuição dos horários de
trabalho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como tal a Cultura e a Arte tornam-se
kitsch quando são produzidas em massa e com o objetivo de se adaptar ao público
e ao Mercado (isto não é arte é design).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A Cultura e a Arte como mera reflexão do
status atual da sociedade é exatamente o conceito legitimador para ser aplicado
ao Kitsch da Kultura de massas com a sua falsa consciência estética e pseudo-catarse
social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A apropriação da Cultura exige esforço,
seriedade e um corte com tendências ou práticas estabelecidas com o Status Quo
do Poder que prefere a noção de kultura industrial Kitsch fornecendo o mercado
pseudo-cultural com “produtos” designados para induzir relaxação ou abandono da
combatividade contra a estagnação política e a esclerose do sistema no Poder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O futebol e os megaconcertos rock atuais
são exemplos deste processo pseudo-catártico, em que uma pseudo-kultura e arte
se impõe como recriação e entretimento, facilidade de acesso e compreensão, com
efeitos rápidos e previsíveis e com o espírito comercial de pseudo-modernidade,
e cujo objetivo é conseguir um efeito dissuasor da evolução cultural e
espiritual.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pesquisa feita, no Google, Araken Vaz-Galvão</span></p>Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-62460126201589603202021-07-05T18:08:00.002-03:002021-07-05T18:08:27.693-03:00<p> <span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><b style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Puérpera</b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sempre tive medo pânico
dos conceitos absolutos. Sempre, nunca, eram palavras que, quando possível,
evitava. Infinito, universal eram conceitos que, ao vê-los em algum texto,
sentia um arrepio no cangote. Mas existiam outras palavras, do nosso português,
que me causavam espécie. Algumas deixavam-me preso a total complexidade, em
particular as palavras ressuscitadas –, ou seja, aquela que depois de séculos
dormindo nos dicionários, voltavam a flutuar “no pântano enganoso das bocas”,
como o disse o poeta Thiago de Mello (1926, 95 anos). Continuando, pois, fico
maravilhado com as palavras que fogem sub-repticiamente dos dicionários e
passam a serem empregadas, aqui e ali, até por quem não é muito bem
alfabetizado.<o:p></o:p></span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Um desses casos,
nesses aziagos tempos de pandemia, deparei-me com o termo: puérpera. O que
significará esta expressão? Frente a beleza sonora da palavra eu, que era uma
pessoa que, com constância, frequentava os dicionários, sem outro objetivo do
que o de descobrir o significado das palavras, fiz o que costumava fazer, fui
saber o que era puérpera e, assombrado descobrir que, etimologicamente era uma
palavra vinda do latim, originalmente era </span><i style="font-size: 12pt;">puerpểra,ae</i><span style="font-size: 12pt;">, surgida devido a
junção da palavra </span><i style="font-size: 12pt;">puer,i</i><span style="font-size: 12pt;">, o mesmo que criança + </span><i style="font-size: 12pt;">parểre</i><span style="font-size: 12pt;"> que
significa parir, dar à luz, isso informava o dicionário Houaiss, o qual
indicava como sinônimo, ou seja, a palavra que era utilizada quando ninguém
ainda tivera a ideia de buscar uma bem bonita, para empregar em relação às
mulheres que pariam: e essa palavra era parturiente. Mas agora passou a ser
puérpera.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: 12pt;">Araken Vaz Galvão</span></div></span>Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-67578377977853857042020-01-28T06:39:00.000-03:002020-01-28T06:39:45.810-03:00 A África Passo a Passo<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
Somente agora (29/05/2019), quando estou lendo o livro de <a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10017149">Nadine Gordimer (1923-2014), </a>por estar escrevendo este
livro sobre literatura africana, foi que localizei o bastante interessante
comentário de Gisele Eberspächer (Publicado em 22 de ago. de 2014), sobre Gordimer,
o qual, apesar de tímido em sua apreciação, surpreendeu-me, de certa forma,
além de ter-me deixado esperançoso porque a articulista promete voltar a lê-lo
com mais esforço, em outra oportunidade. Gisele é jovem, sua visão do mundo
ainda deve estar em formação. As apreciações que neste momento faço são a visão
de um homem que acaba de completar 83 anos e que continua teimosamente trabalhando.
É preciso dizer-se, porém, que há livro que comportam várias leituras – sempre com
fartas em novas e profícuas descobertas – dependendo do leitor e de sua idade,
isso tenho descoberto faz algum tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As observações que Eberspächer faz sobre a narrativa, são
pertinentes e, realmente o livro pede mesmo uma segunda ou mais leituras.
Registro, porém um detalhe extralivro<a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10018417"> – extra a este
livro que estou escrevendo –,</a> que é a pergunta: Quando, no Brasil, se vai
descobrir que a pronúncia correta, segundo os suecos, para o nome do Prêmio é
“Nobél” e não “Nóbel”, como a articulista registra e tantos brasileiros –
sempre preocupados em pronunciar corretamente termos em inglês –, costumam
falar? Por outro lado – e minha idade e passado leva-me a concluir –, voltando
a falar sobre literatura, é fatal a distância que separa o sonho e a realidade,
tema básico da obra de Gordimer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por outro lado e voltando a falar de literatura africana,
minha idade e passado leva-me a concluir que é fatal a exclusão entre as
propostas do sonho e a prática da realidade –, em particular quando se trata de
reformas político-sociais em um país –, tema básico da obra de Gordimer e que
faz ser a sua leitura, especialmente, entre os jovens, quase obrigatória, pois
a literatura é um dos instrumentos mais importante para se conhecer a alma
humana e, por correlação, se aprender a viver e ser tolerante. Esse assunto,
porém, a distância entre o sonho e a realidade, e a consequente decepção
nascida da constatação desse divórcio, tem sido um tema recorrente em quase
toda a literatura africana, século XX, que estou lendo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não vou agora, no entanto, falar do livro de Gordimer, pois
encontro-me nos primeiros capítulos, razão pela qual referir-me-ei a outro
livro que li em minha recente viagem ao Rio de Janeiro, no caso, de um dos
monstros sagrados, como Gordimer, da literatura africana. O livro é de contos e
tratou-se do encontro de dois nomes importantes, Mia Couto e Agualusa, autores
que, por sinal, não pensava inicialmente abordar neste ensaio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O livro foi “O espião elegante e outras histórias”, de 2019,
cuja leitura obriga-me a uma longa e elucidativa volta. A nossa língua
portuguesa, a falada no Brasil que agora – em contato com os escritores
angolanos – descubro que é mesmo muito diferente no uso e emprego entre os
demais países lusófonos, possui belas características, além de inusitadas.
Essas particularidades, levou-me selecionar entre os nossos escritores, alguns
contos que me pareciam antológicos ou, – como prefere dizer minha amiga e
madrinha, Gerana Damulakis – inesquecíveis, tendo feito uma seleção, conforme
meu pessoal gosto, relacionados com os melhores contos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
de nossa língua portuguesa, falada do Brasil. Selecionei também, dois contos de
Araken Vaz-Galvão, morto de (falsa) vergonha, mas jurando que era por (puro)
merecimento, e acrescentei na relação – dos melhores contos brasileiros (vejam
só!) dois contos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
desse cidadão que, infelizmente. Possui o mesmo nome que eu.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10187199"><o:p></o:p></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10099218">No entanto, voltando a exercitar a prática da qual sou
habitué, passo a falar, rapidamente sobre um dos três livros que recebi anteontem,
29/05/2019, respectivamente as obras “A Gloriosa Família o Tempo dos Flamengos”
– de Pepetela – 1999; “De uma Costela Torta” – de Nuruddin Farah – 1982; “Desonra”,
de J. M. Coetzee – 1999</a>, aos quais acrescentarei os recebidos ontem
(30/05/2019), que foram: “Cidadã de Segunda Classe”, de Buchi Emecheta, de
1983; “O Corpo em que nasci”, de Guadalupe Nettel, de 2013, sendo que esta é
uma escritora mexicana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">Desses livros
selecionei os dois últimos para posterior leitura, o de Nattel, não se enquadra
no assunto que estou pesquisando no momento. No caso de Pepetela, já comentei
um livro dele – a intenção é abordar, em princípio, apenas um livro de cada
autor, por país –, ademais essa obra, está mais relacionada com História do que
com ficção, por isso ficou para outra ocasião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">Agora, antes de
continuar – ademais de me encontrar com a leitura parada de um livro – comecei
a ler “Cidadã de Segunda Classe” – essa coisa de pegar e ver que se trata de um
livro de ser, relativamente, de leitura rápida, com um número de páginas
reduzido, além de ter passado uma vista d’olhos (coisa que faço com todos os
livros que compro, selecionando a oportunidade de leitura), além de ansiedade
–, chamou-me também a minha atenção, uma diagramação primorosa – fato que
levará o meu amigo escritor Alfredo Gonçalves de Lima Neto, que se preocupa</span><a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">, não sem razão, com esse importante detalhe,
ao êxtase.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Bem,
sobre o livro de Emechela (1944-2017), cujo número de obras publicadas em
português é bastante reduzido (dois ou três, em mais de 16 romances) – possui
alguns livros em que o estilo enquadrar-se-ia dentro dos cânones da famosa
palavra técnica alemã, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bildungsroman</i>,
relacionada com os romances de formação –, sobre sua obra em geral, falarei em
outra oportunidade.</span> <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Valença, 31 de maio de 2019<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
© Araken Vaz Galvão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os
contos são: Missa do Galo – Machado de Assis – 1893; O Plebiscito – Artur
Azevedo – 1890; A Terceira margem do rio (1962) e A hora e a vez de Augusto
Matraga (1946) – Guimarães Rosa; Viagem ao seio de Duília – Aníbal .Machado –
1998; Porque Lulu Bergantim Não Atravessou o Rubicon – José Candido de Carvalho
– 1970;<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os
Mortos e Pargo, ambos de 2009.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/9)%20Escrevendo/%C3%81frica%20passo%20a%20passo.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Considero também a diagramação importante, porém, por ser editor dos meus
próprios livros, o fator custo, às vezes, pesa bastante. Embora ultimamente esteja
estabelecendo uma estratégia para melhorar minhas edição, inclusive penso criar
um selo, que se chamará edições “Pássaro que dorme”.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-81155629759262912522020-01-21T12:45:00.002-03:002020-01-21T12:45:47.940-03:00Obra Publicada de Araken Vaz-Galvão: "Saga de um menino do Sertão".<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsogVASXLhby_1JtbX0Xav-CuDWnlpM5q9Orgzr_MtyFyt162BCnI9XJ-LWD5XazJ6kwfG4CSlGcl17JW0NTCimoLL4FUi-AWDSQb_WkaXS0u2KFGTreb70UPpTWijHVGSflYS7Q/s1600/02+Saga+de+um+menino+do+sert%25C3%25A3o+-+Romance.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1128" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsogVASXLhby_1JtbX0Xav-CuDWnlpM5q9Orgzr_MtyFyt162BCnI9XJ-LWD5XazJ6kwfG4CSlGcl17JW0NTCimoLL4FUi-AWDSQb_WkaXS0u2KFGTreb70UPpTWijHVGSflYS7Q/s640/02+Saga+de+um+menino+do+sert%25C3%25A3o+-+Romance.jpg" width="449" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12.0pt;">Saga de um
menino do sertão</span></i><span style="font-size: 12.0pt;"> – Romance – Tomo II
da Tetralogia Sertaneja, publicado em 2013, é uma obra recheada de histórias do imaginário popular do sertão
nordestino.<o:p></o:p></span></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-1520222913102890242020-01-21T12:39:00.001-03:002020-01-21T12:46:38.990-03:00Obra Publicada de Araken Vaz-Galvão: "A Trama Esgarçada e outras histórias mais".<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbFK7g6o6zWLy02M3nlvueTshH9m_cdCDmybp6eSkrcWKOunmRA6Ruxc_Jr194H9mk2SpbBEmLDy7h90gPS-BVaLT2YlJaCxMdRNj2wQlDwJmu7-eEGfTkb06z_vYINl57_Ei4uA/s1600/Trama+Esgar%25C3%25A7ada+e+outras+hist%25C3%25B3rias+mais+-+Contos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1207" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbFK7g6o6zWLy02M3nlvueTshH9m_cdCDmybp6eSkrcWKOunmRA6Ruxc_Jr194H9mk2SpbBEmLDy7h90gPS-BVaLT2YlJaCxMdRNj2wQlDwJmu7-eEGfTkb06z_vYINl57_Ei4uA/s640/Trama+Esgar%25C3%25A7ada+e+outras+hist%25C3%25B3rias+mais+-+Contos.jpg" width="481" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12.0pt;">A Trama
esgarçada e outras histórias mais</span></i><span style="font-size: 12.0pt;"> –
Romance/Contos – 2017 – A professora Liliana Lavisse, que é mestre em Literatura
e Cultura pela UFBA, fez a apresentação e segundo ela “em Trama Esgarçada,
autor-personagem-narrador se entrelaçam em simbiose interessante mantendo o
leitor atento, o qual é conclamado a participar. Se estiver desatento, poderá
pensar que há algo de errado nesse movimento de personagens e pessoas do
discurso. Deverá acompanhar a “trama” que se faz e desfaz a cada fio,
deixando-se embalar nessa flutuação que mantem a narrativa em constante
mutação. Arte pura de um literato que começou observando a natureza de seu
sertão, aprendeu a escrever contando suas aventuras e desventuras e se fez um
bom escritor, desbravador de sonhos e de humanidades.”<o:p></o:p></span></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-23343460654407642452020-01-21T12:35:00.001-03:002020-01-21T12:47:12.602-03:00Obra Publicada de Araken Vaz-Galvão: "Em busca do esquecimento - Memorial da Angustia: Tomo II".<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1PCRLvHUzqx6N9wot9dzExw3Tmvni7RWaaK3Rt72MDQbLsYZ7eo_PjCjHx7pDAm7BcXU_ivBLCegqSPUyMIRcxJzrfiBo-Hy61VBgX7cRpWXKKs9yDK7y0PSseg0vdRsKK5xKNA/s1600/Capa+de+Em+buca+do+esquecimento+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1140" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1PCRLvHUzqx6N9wot9dzExw3Tmvni7RWaaK3Rt72MDQbLsYZ7eo_PjCjHx7pDAm7BcXU_ivBLCegqSPUyMIRcxJzrfiBo-Hy61VBgX7cRpWXKKs9yDK7y0PSseg0vdRsKK5xKNA/s400/Capa+de+Em+buca+do+esquecimento+2.jpg" width="285" /></a></div>
<br />
<br />
<i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;"> Em busca do esquecimento</span></i><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;"> (Trilogia Memorial da Angústia - Tomo II) editado em 2018,
foi lindamente prefaciado pela poetisa Cynara Novaes que, com sua delicadeza
poética, discorre da seguinte forma sobre a obra: “As páginas aumentam para a
esquerda e diminuem para a direita e o autor radiografa Antônio, radiografando
a si mesmo. E quando fala Antônio, fala Araken. Ou será que quando fala Antônio
é que tem voz, Araken? Não importa agora. Eu sigo apaixonada, como apaixonadas
são as mulheres que se apresentam, exalando seus mais diversos perfumes e
intenções. Todos já conhecidos por Antônio. E também pelo autor”.</span>Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-58548226321220046362020-01-21T12:31:00.001-03:002020-01-22T06:08:24.677-03:00Obra Publicada de Araken Vaz-Galvão: "Sonata em Dor Maior - Memorial da Angustia: Tomo I".<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5_sv2UJrBHSOOohChQuVT7_uqyGv_IcrJKib_-gi6n6Gtwmh-p57CdnIlLgbkO_l6Dk9p_gt5b8QhA2d1msCfo929AwmXOE87-mqaRJrRmrQuPgR8NmGRX30qPwHzYyQZkQQ6Jg/s1600/sonata1-001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1303" data-original-width="813" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5_sv2UJrBHSOOohChQuVT7_uqyGv_IcrJKib_-gi6n6Gtwmh-p57CdnIlLgbkO_l6Dk9p_gt5b8QhA2d1msCfo929AwmXOE87-mqaRJrRmrQuPgR8NmGRX30qPwHzYyQZkQQ6Jg/s640/sonata1-001.jpg" width="398" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12.0pt;">Sonata em Dor
Maior</span></i><span style="font-size: 12.0pt;"> (Trilogia Memorial da Angústia –
Tomo I), editado em 2017, foi prefaciado pela Professora de literatura Juscimare Silva de Souza, e do seu texto destacamos o trecho: “De antemão, já vos alerto, essa sonata é um verdadeiro e
desafiador quebra-cabeças, uma possível herança das muitas leituras feitas pelo
autor e que o influenciaram, autores como: Jorge Seprúm, Milan Kundera, José Saramago,
Assis Brasil, com uma narrativa que foge do linear, por isso, precisarás de um
tanto de atenção para não confundir 'alhos com bugalhos'.”<o:p></o:p></span></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-51965451342798720592019-12-29T19:06:00.000-03:002019-12-29T19:06:41.726-03:00 Calvados<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Neste final de ano – como de resto sucedeu em muitos
outros –, há uma fila interminável, em todos os meio de comunicação das “dez
coisas” que se deve fazer antes de morrer. Nem sempre, é claro, usam a expressão
morrer, mas há referências há coisas inadiáveis. Talvez nesses últimos anos
sintamos mais porque viemos uma fase (oxalá seja mesmo uma fase) em que as
notícias e as novidades perderam todo e quaisquer características de
ocorrências imprevistas, passaram a ser fatos corriqueiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eu, devido a minha principal atividade, que é a de
escritor (a segunda é continuar vivo, porque, como é óbvio, o tempo não para), sempre
tive a minha atenção despertada para os “dez livros”, embora<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>estranhasse que ninguém falasse sobre os dez tipos
de aguardentes que se deveria tomar, um trago sequer, antes de bater as botas.
Refiro-me para o caso daqueles que sejam o suficiente moderado para não beber
em excesso. Só um pouco, se já estivesse, como eu próximo de ir para o beleléu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Amante de uns tragos, sem ter sido nunca um alcoólatra
inveterado (podendo até ser considerado um alcoólatra moderado, segundo alguns
padrões mais rígidos), sendo apenas um daqueles que, como o poeta Vinícius de
Moraes, pensava que o uísque (e, talvez, similares) nada mais fosse do que um
cachorro engarrafado. Dessa forma, peço desculpas a quem teve a paciência de
ler-me até aqui, para dizer que entre as miríades de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>aguardentes<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Calvado.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> que tomei ao longo desse
quase 84 anos de bebedor moderado, entre as minhas <i>dez</i>, faltava o Calvado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Amante de cinema, desde anos da infância em
Jaguaquara, via não sei se nos filmes, perdão aos meus contemporâneos que, com
sorte, ainda continuam vivos, nas fitas sobre aqueles maravilhosos piratas do
Caribe – com destaque para Errol Flynn –, ou se nas fitas de capa e espada –
nesse caso, com destaque para Douglas Fairbanks –, quando via (ou imagino agora
ter ouvido) o mocinho chegar e virar uma talagada de Calvado. Meu Deus dos
ateus, como desejei, desde minha ingênua infância experimentar aquela bebida.
Tendo chegado a minha atual idade sem ter conseguido realizar este sonho, resulta
em uma grande frustação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora, porém, graças a uma senhora, que conheci, como
sói suceder nessa fase de minha vida, por intermédio de minha esposa. Essa
senhora também morava em Valença, de onde é filha, e tinha sido professora de
francês de minha mulher. O seu prenome é Joice, não ia revelar aqui, pois
raramente revelo o verdadeiro nome dos meus personagens, mas devido a necessidade
de realizar um protesto. Fi-lo. Melhor, faço-o, solicitando a devida vênia a
ilustre senhora que está sendo o agente da realização do meu sonho de velho
ex-beberrão<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Calvado.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bem essa senhora, que atualmente mora na Bélgica,
voltou para visitar familiares e amigos, porém, teve a gentileza de trazer-me
um litro de Calvado, proporcionando-me a realização desse sonho antigo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quanto ao protesto, é que sempre detestei o uso de
nomes próprios em piadas jocosas ou em propaganda de igual intenção, tornando as
pessoas alvo de outras carentes de imaginação (e educação) que a fazem motivo
de chacotas. Isso é particularmente odioso quando sucede com os nomes que estão
em voga em determinadas épocas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora tem aparecido na TV, um robô de uma companhia
telefônica, ineficiente, como todas elas que nos servem, cujo nome – daquilo
que seria sua inteligência artificial, é Joice. E eu me pregunto: Como pode que
uma pessoa tão inteligente como a nossa Joice, tenha o seu nome aposto nas
ditas inteligências artificiais, que são todas burras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas, os interesses desse mundo mercantilista é assim
mesmo. Coisas do capitalismo, por isso, depois de deixar registrado meu
protesto, levantando meu cálice de Calvado, rompendo com minha forçadas
abstinência, digo apenas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Saúde Joice.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Valença, BA, 28 de dezembro de 2019<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">© Araken Vaz
Galvão<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Calvado.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Minhas dez, pela ordem de
descoberta: Cachaça, Bagaceira nacional e portuguesa, Ron, Conhaque (nacional,
que passou depois a ser chamado de Drandy), Tiquira, Trigo Velho, Steinhaeger
e... Calvado. </span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Calvado.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Ao dizer ex-beberrão, não
faço por pressão do preconceito contra quem bebe. É que tendo sido, na
juventude um adepto de Nelson Gonçalves, andei, pela vida afora, tomando meus
tragos nos fins de semana e, quando tinha oportunidade, tomando a qualquer dia.
Porém, agora, com os encharques da velhice, tive que desprezar alguns prazeres,
como o de um bom trago, um bom cachimbo e tantas outras coisas mais.</span> <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-74914654298260836482019-11-29T06:32:00.003-03:002019-12-27T12:58:19.753-03:00 Comentário sobre O Jagunço Velho <br />
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b>Comentário
sobre O Jagunço Velho </b><o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
romance
de Araken Vaz Galvão<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
PARA
QUE OS JAGUNÇOS NÃO MORRAM<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Partindo
de uma frase de Araken Vaz Galvão: “O que mata as pessoas não é a morte, mas o
esquecimento”, tento expressar o que me sensibilizou da leitura de O Jagunço
Velho. Teço considerações muito simples que merecem ser aprofundadas, bem como
toda a obra de Vaz Galvão merece um olhar especial, para que ele não seja
esquecido.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A tão temida figura do jagunço foi recriada de
forma leve e poética, no romance <u>O Jagunço Velho </u><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>publicado em 2016 pelo escritor Araken Vaz
Galvão. O livro completa a sua Tetralogia Sertaneja e compõe uma obra literária
de 37 livros de gêneros variados. O autor escreve no prólogo que o tema do
jagunço era ventilado frequentemente em sua infância passada em Jequié, na
Bahia, e talvez, por isso, ele tenha recriado a existência com ficção.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Recria
o jagunço do sertão no personagem Quelé <span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">―</span> Clemente, Quelemente, por
corruptela Quelé.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A
narrativa é composta de Parte I seguida de um interregno e Parte II. Pela
estrutura da narrativa, percebe-se que o escritor pretende interagir com o
leitor.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
A
linguagem utilizada é de grande leveza, mesmo quando descreve ações do jagunço
personagem. Ao referir-se às suas memórias ainda no prólogo, Vaz Galvão cita
duas frases comoventes:<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="margin-left: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: 0cm; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "opensymbol"; mso-bidi-font-family: OpenSymbol; mso-fareast-font-family: OpenSymbol;"><span style="mso-list: Ignore;">•<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->“(…) descobrira com bastante amargura que o que
embelezara a infância sequer chegava a<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
alegrar
a velhice.”<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="margin-left: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: 0cm; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "opensymbol"; mso-bidi-font-family: OpenSymbol; mso-fareast-font-family: OpenSymbol;"><span style="mso-list: Ignore;">•<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->“O que mata as pessoas não é a morte, mas o
esquecimento.” Assim, Vaz Galvão diz que<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
é
possível que com o seu personagem jagunço, ele o escritor, deseje que os
jagunços não sejam esquecidos. Sejam eternos.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Narrativa
em 1ª pessoa, vem fazendo digressões nas quais a narração principal evoca
citações, frases, filmes, peças, livros de outros autores clássicos ou
populares, fazendo referências, intertextualidade com outras obras. Ele mesmo
comenta a própria repetição, acusando-a de cansativa.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Oferece
ao leitor um retrato da Caatinga com algumas passagens lindamente poéticas como
por ex. na pág. 91 onde fala da solidão dos jegues abandonados e de Quelé.
Sobre o efeito do progresso com as motocicletas, substituindo os jegues e as
colheitadeiras mecânicas substituindo o homem.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Presença
de humor no texto, ao se reportar à literatura infantil com a história de: O
Urubu e o Cágado. Mescla provérbios populares com frases clássicas e expressões
de 'lugar-comum' Faz um interregno que leva o leitor, antes mesmo da parte II,
a participar da reflexão sobre a narrativa. A narração vai e volta no tempo com
uma dinâmica esclarecedora e ativa. Realça encantos e desencantos, crueldades e
sensibilidades do ser humano, com personagens que apresentam defeitos e
qualidades.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ele, o autor, se justifica, autocritica
e até debocha de si mesmo. Faz referência à situações políticas e históricas
agregando informações preciosas sobre a precariedade do homem do sertão.<o:p></o:p></div>
<div class="Standard" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Abre a possibilidade de um final fantástico,
com a Literatura Fantástica, mas isso ele deixa nas mãos do leitor.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Celi<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Luz<o:p></o:p></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-8428295996720774502019-11-28T09:34:00.001-03:002019-11-28T09:34:19.359-03:00Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-20765275397969061012019-11-27T15:47:00.001-03:002020-09-18T11:42:00.845-03:00 Elas no Velho Oeste<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Foi um dos companheiros de profissão do Doc Holliday, o doutor Démorse de
Carvalho (dentista e grande amigo, morador aqui de Valença, BA), quem me
forneceu, faz algum tempo, material para escrever o presente artigo. Tempos
depois, por ocasião em que o meu livro “Araken Vaz Galvão I – Ensaios ou quase”,
que versava sobre cinema, tinha sido ultimado, minha amiga, a professora doutora
Lucília Augusta Lino de Paula, que acabou sendo a pessoa que gentilmente o prefaciou,
chamou-me a atenção para a imperdoável falta de não ter realçado, com a devida
ênfase, o importante papel da mulher durante a bárbara epopeia que resultou
sendo a conquista do Velho Oeste dos Estados Unidos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Epopeia, pelo menos segundo a mitologia onírica, e não muito comprometida com a
verdade dos fatos, de Hollywood, o que me obrigou a fazer agora (envergonhado),
de passagem, uma pequena abordagem sobre aquele candente assunto. E não o fiz
por estar buscando um modo de reder as justas homenagens às mulheres – as
quais, por muito tempo, não tinham seu papel na História (do Velho Oeste, bem
como em outras atividades humanas) justa e devidamente reconhecidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No caso específico do Velho Oeste, cabe-se realçar o episódio verdadeiro,
que foi retratado no cinema por meio do filme “A Festa de Donner” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">The Donner Party</i>), que Terrence J.
Martin dirigiu em 2009, relacionados aos trágicos fatos ocorridos entre 1846/1847,
quando um grupo de pioneiros, ao tentar cruzar a Sierra Nevada, teria ficado
presos pela neve, excepcionalmente rigorosa naquele inverno. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O grupo, que era composto de nove famílias<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
ao verem o caminho ser “(...) bloqueado (pelo) <span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt; line-height: 150%;">mau tempo </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.2pt; line-height: 150%;">nas montanhas (para sobreviver), praticaram o </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: 0.4pt; line-height: 150%;">canibalismo</span><span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;"> <span style="letter-spacing: -0.2pt;">à
custa dos companheiros de </span><span style="letter-spacing: -0.1pt;">viagem
caídos. Oito em cada dez homens morreram e viraram comida. Já as </span><span style="letter-spacing: -0.15pt;">mulheres sobreviveram, pois evidentemente eram
mais fortes na f</span><span style="letter-spacing: 0.6pt;">ibra</span> <span style="letter-spacing: -0.15pt;">e no estômago”, segundo se pode ler em revistas
relacionadas com cinema.</span><span style="letter-spacing: -0.1pt;"> </span></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Embora olhe de soslaio para afirmações do tipo “tantos de cada quantos” e
similares, pois são generalizações pueris, é impressionante que as mulheres
sobreviveram e muitos homens tivessem morrido. Naturalmente pode ter sido pelo
fato de que eles foram submetidos a esforços físicos mais intensos, por isso
pereceram primeiro e em maior quantidade, ainda que o autor do texto valorize
de forma etérea o valor da mulher. No entanto, este é apenas um episódio
trágico, que não implica na existência de heroínas, mesmo daquelas, mais ou
menos, fora da lei ou tão-somente marginalizadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Como foram os casos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
já citados, de passagem, em outro trabalho meu (Araken Vaz Galvão I – Ensaios
ou quase) – que versa sobre cinema –, “(...) de <span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">Martha Jane Canarry ou
Canary (Calamidade Jane)</span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;">; Belle Starr; </span><span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">Annie Oakley;</span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;"> </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.2pt;">Ella Watson, mas todos a conheciam como </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.25pt;">Cattle
Kate (Kate do gado)</span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;">; Etta Place, </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.05pt;">a </span><span lang="PT" style="color: black; mso-ansi-language: PT;">professorinha que se dedicou a
assaltos a banco ao lado de Butch Cassidy e Sundance Kid</span><span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">; Cattlc <span style="letter-spacing: 0.75pt;">Annie,</span></span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;"> a </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.05pt; line-height: 150%;">Oklahoma </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: 0.65pt; line-height: 150%;">Annie,</span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;"> e algumas outras heroínas ou </span>fora-da-lei<span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;"> anônimas<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; letter-spacing: -0.1pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. </span>Sendo
que a única que foi até bastante retratada no cinema (mais ou menos, porém,) foi
Calamity Jane”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No entanto, e salvo as exceções que somente confirmam a regra, conforme
citei no meu trabalho referido acima, algumas tentativas de realçar o papel da
mulher na conquista do Velho Oeste foram feitas como ocorreu em um filme sobre
Belle Starr, de 1941, dirigido por Irving Cummings; da mesma forma que se deu
com <span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">Martha Jane Canarry ou Canary, a Calamidade Jane<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, e em vários outros filmes,
como alguns sobre Annie Oakley. Todos, no entanto, filmes de ocasião, sem que
se tenha tido o propósito real de dar muita ênfase ao papel da mulher no Velho
Oeste, não se sabendo se por preconceito puritano do </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">establishment</i><span style="color: black; line-height: 150%;"> <span lang="PT">dos
Estados Unidos ou por pouco interesse entre o público consumidor e, em
particular, entre as mulheres – possivelmente mais interessadas em comportamentos
relacionados com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">glamour</i>, do que em
algo que tivesse a ver com pistolas ou revólveres e não com cosméticos, ou
seja, com aquilo que mais importavam às mulheres da época. Não se descartando,
porém, o que já foi referido em nota de pé de página.</span></span><span lang="PT"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Mais tarde, já se seguindo os modismos de tempos mais recentes, em que a
mulher deveria disputar com os homens lugares no chamado mercado de trabalho
(em suposta igualdade de condições), alguns filmes foram feitos, de cunho (em
minha opinião) claramente oportunista – conforme frisei no meu trabalho, já
citado –, em que se procurou retratar algumas mulheres (fictícias?) do Velho
Oeste, travestidas de pistoleiras. E o fizeram apelando “(...) para atrizes com
a ternura de uma Andie MacDowell ou com o glamour de Sharon Stone<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
esquecendo-se que aquelas mulheres do passado, muitas delas foram fora-da-lei
e, em consequência, rápidas no gatilho, possivelmente eram sujas, feias e
gordas, que jamais poderiam ter a aparência de uma beldade como Stone – sem
esquecermos a ternura que emana do rosto da MacDowell. E esqueceram também que
os homens da geração que, quando criança, assistiam faroestes, adultos,
pensavam como o disse Millôr Fernandes, que o importante do Movimento Feminista
era o que as mulheres faziam com os quadris”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Por outro lado – e talvez essa nova divagação signifique um grande
parêntese – o cinema dos Estados Unidos quase sempre valorizou, no Velho Oeste,
os heróis ascéticos, bonzinhos, bonitinhos e justos. Poucos foram os
fora-da-lei puros (digamos assim) que tiveram as lendas, que envolveram seus
nomes, imortalizadas <st1:personname productid="em filmes. Casos" w:st="on">em
filmes. Casos</st1:personname> como o <span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">assaltante de bancos
Younger; o companheiro de assaltos de </span><span lang="PT" style="color: black; letter-spacing: -0.1pt;">Belle Starr</span><span lang="PT" style="color: black; line-height: 150%;">, de quem ela teve um filho, o bandido Jim Reed; o mestiço Blue Duck<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>; o meio cherokee Sam
Starr, que lhe deu o sobrenome a Belle; o bandido texano Middleton, que havia
eliminado San Starr; o índio creek Jim July. Além do bando Doolin; o terrível
Jack McCall<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Todos esses foram, de uma forma ou de outra, quase esquecidos pelo cinema,
afinal não se enquadravam no padrão ascéticos de </span>bonzinhos, bonitinhos e
justos, necessário para justificar – da forma hipócrita de sempre – o modo de
vida americano. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Mas, o que desejo realçar é que a mulher<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> como
heroína do Velho Oeste, no cinema – que se impôs à sociedade, em muitos e
importantes campos –, ainda não apareceu, salvo uma curiosa exceção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Refiro-me ao filme de 2006, uma produção francesa, mexicana,
estadunidense, dirigido por diretores noruegueses Joachim Rønning e Espen
Sandberg, talvez traga no seu cerne aquilo que não havia nos filmes dirigidos
exclusivamente por diretores dos Estados Unidos, espírito de humor, porque, no
fundo no fundo, os estadunidenses, além de chauvinistas e pretenciosos,
levam-se muito a sério, salvo aqui e ali, em alguns filmes, como os dirigidos
por John Huston, por exemplo. No filme dos dinamarqueses Rønning e Sandberg
impera o sentido de bom humor. As “Bandidas” são antes de tudo mulheres, se assaltam
como faziam os homens, e eram rápidas no gatilho, que travam um sério duelo entre
elas para saber quem sabia beijar melhor, afinal, os homens precisam ser
conquistados e, para isso, a arma da sedução era imprescindível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
“Bandidas”, indubitavelmente, é o melhor entre todos os filmes em que as
mulheres, como mocinhas, eram as personagens principais, aparentemente uma
comédia ligeira – como se dizia em Hollywood –, porém vista com acuidade e
olhar crítico, capaz de conclusões mais profundas, chega-se (ou pode se chegar)
a pertinentes resultados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Os países europeus e aqueles que eles criaram transplantando de maneira
predominante seu excesso de população, são dados a acharem-se superiores (e
tendo transmitido esse cacoete – que um jornalista brasileiro classificou de
complexo de vira-lata) à maioria do restolho de sua população, para aqui
trazida –, nos transmitindo, dessa forma, sua herança cultural.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao dizer-se, linha passadas, que os estadunidenses além de chauvinistas e
pretenciosos, levam muito a sério as suas pataquadas, estar-se realçando uma
característica do formação histórico-cultural dos Estados Unidos, a qual grande
parte do mundo tem pago um preço alto em suportá-los, pois é aplicada <i style="mso-bidi-font-style: normal;">manu militari</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Entretanto, é preciso desculpar-se por estar incluindo assuntos políticos
(diga-se dessa forma) ao se falar de filmes. Resulta que nada mais cabal do que
a cultura de um povo para se enxergar suas posturas políticas (e sociais), e o
filme “Bandidas” oferece-nos uma excelente oportunidade para se realçar um
contumaz comportamento dos Estados Unidos, além de se demonstrar outros fatos
correlatos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Na Europa, no século XX, viu-se o surgimento de dois bufões como líderes
de países de cultura milenar. Pode-se e deve-se ressaltar também que esses
bufões se impuseram de modo repressivo, pois foram dois grandes e cruéis
ditadores<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Agora, em pleno século XXI, em um país que se jacta ser a terra da
democracia, um indivíduo igualmente com ares de bufão assume o poder, por meios
eleitorais, sem que ninguém se assuste com essa evidente incongruência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ao se chegar a esse ponto do nosso aparente desvio do tema, poder-se-ia
indagar o que o assunto cinema tem a ver com as “Bandidas”, filme?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A relação está na forma como os Estados Unidos em sua maioria sem vêm e o
observador atento consegue vê-los.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A dupla de diretores dinamarqueses<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
vê o Velho Oeste como viam, em criança um conto de Andersen, o Patinho Feio,
Pequeno Polegar, por exemplo. Vendo com a visão do mundo do faz de conta ou de
mentirinha – como dizemos entre nós –, não podiam se interessar que as heroínas
(ou melhor, as mocinhas) que fossem apenas rapidíssimas no gatilho – salvo se
essa característica fosse indispensável à narrativa – mas no comportamento da
mulher como mulher. Aí, vendo a mulher como mulher é que está o tom relevante
do filme de Rønning e Sandberg, por isso o filme agrada tanto, embora o
argumento nada tenha de surpreendente ou original, salvo que as duas bandidas
são mulheres verossímeis e se comportem como tal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Nos demais filmes – os mais recentes – em que era dado um lugar na
mitologia do Velho Oeste, os filmes com Stone e MacDowell, carecem de
originalidade, pois apenas é sugerido – o que não era nenhum novidade – que as
mulheres podiam ser tão valentes (hábeis no gatilho) como os homens, nada mais.
E se escolheram duas belas e sensuais atrizes como protagonistas, deve ter sido
apenas por uma questão de bilheteria.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="mso-bidi-font-size: 8.0pt;">Valença, BA, 31 de maio de 2014<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<span style="mso-bidi-font-size: 8.0pt;">© Araken Vaz Galvão</span><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Para quem se interessa pelo assunto, mesmo que seja “de passagem”, é importante
ler o livro de Dee Brown, “As ‘Domadoras’ do Velho Oeste”, tradução Octavio
Mendes Cajado, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1975. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Matéria publicada <st1:personname productid="em HEROᅪNAS DO OESTE" w:st="on">em
<span lang="PT" style="color: black; font-variant: small-caps; letter-spacing: -0.6pt;">Heroínas do Oeste</span></st1:personname><span lang="PT" style="color: black; font-variant: small-caps; letter-spacing: -0.6pt;"> – ANDRÉA G. Pinketts, </span>Almanaque Tex, nº 26, junho de 2005.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Seria o caso de se aventar a hipótese de que elas se tornaram anônimas devido
ao que hoje as feministas chama de machismo o que eu chamo de falsa proteção de
alguns homens que imaginam não ser elegante afirmar que aquele mulheres foram o
que muitos homens da época foram: fora-da-lei.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> De
longe a mais citada o cinema.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Como se deu, por exemplo, em “Quatro Mulheres e um Destino” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bad Giris</i>), 1994, direção de Jonasthan,
com Madeleine Stowe, Mary Sturart Masterson, Andie MacDowell, Drew Barrymore. E
em “Rápida e Mortal” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">The Quick and the
Dead</i>), dirigida por Sam Raimi, em 1995, com Sharon Stone. Pode-se citar
também a co-produção de três países (Estados Unidos, França e México), o qual,
por informações do Google, há várias cenas que geram situações de comédia.
Trata-se de um filme recente, de 2006, “Bandidas”, com direção de Joachim
Roenning e Espen Sandberg, cujo pormenor a se registrar é a participação na
elaboração do roteiro do realizador Luc Besson.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Que aparece em uma parte do importante filme de “Os Pistoleiros do Oeste” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lonesome Dove</i>), dirigido pelo australiano
Simon Wincer, 1989, que, ao que parece, é um grande admirador desse gênero de
filmes. Com esse título, com o aditivo de II, também foi filmado uma segunda
parte com o título original <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Return of
Lonesome Dove</i>, dirigido por Mike Robe, de 1992.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Informações
extraídas do Almanaque Tex, nº 26, junho de 2005.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Este filme, “Bandidas”, de 2006, que contou, como dito foi, com a participação
na feitura da história de Luc Besson; teve como protagonista as belas atrizes Salma
Hayek e Penélope Cruz.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Estamos nos referindo a Hitler e Mussolini, particularmente. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cinema/Cinema%20I/Elas%20e%20Eles%20no%20Velho%20Oeste.doc#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Comportamento similar já tinha ocorrido com o diretor australiano Simon Wincer,
Pistoleiros do Oeste (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Lonesome.Dove</i>),
cujo título original poético (pompa solitária) não esconde a ironia com que o
mito do Velho Oeste é abordado. O filme de Wincer, porém, situa-se entre os
melhores faroestes de quaisquer épocas.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-67729970585855380232019-11-27T15:41:00.002-03:002019-11-28T09:37:07.114-03:00Obra publicada: Araken Vaz Galvão II – Ensaios ou quase − Literatura, História e outras divagações<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXpVt9BUbRTlAlCMqW1WwP8Z5co7v3oSOxtw5ov1V7j_7rmBLFpgyhgbv-y71ce_IrxKhRZ2k48OR9E_aTdrqCVZFJ56MXnDhIK7feLBOk0i9UnlFuE2HH05eF0UYUtNs1noOE9Q/s1600/Ensaios+ou+quase+II.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1128" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXpVt9BUbRTlAlCMqW1WwP8Z5co7v3oSOxtw5ov1V7j_7rmBLFpgyhgbv-y71ce_IrxKhRZ2k48OR9E_aTdrqCVZFJ56MXnDhIK7feLBOk0i9UnlFuE2HH05eF0UYUtNs1noOE9Q/s400/Ensaios+ou+quase+II.jpg" width="281" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: 12.0pt;">A partir de suas leituras, vivências e pesquisas, em
2014 foi publicado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Araken Vaz-Galvão II –
Ensaios ou quase </i>– <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Literatura,
Histórias e outras divagações</i>. Nessa obra, o autor faz uma reflexão sobre a
relação entre literatura, história e política </span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">em pequenos ensaios independentes, cujos temas
são:</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">
<span class="textexposedshow">A Vírgula; Por que estudar Letras?; O que seria
Literatura; O Fantástico na Literatura e na Vida; García Márquez e Carpentier;
Maquiavel e a Independência das Colônias Ibero-americanas no século XIX;
Divagações do Ocaso; O Pênis e a Civilização; Carpentier e Sarmiento; Nostalgia
e Saudade; O Homem Acorrentado; Os Clássicos e os Clássicos; O Realismo Mágico
e as Ditaduras; Literatura e Política; Meu Contato com a Bíblia; O Sentido
Trágico da Vida; Considerações sobre a palavra Gaúcho; Leio, Logo Existo;
Democracia e Capitalismo; Literatura e História.</span></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-82560715895549298432019-11-27T14:47:00.001-03:002019-11-28T09:35:24.484-03:00Obra publicada: Araken Vaz Galvão I – Ensaios ou quase − Cinema: Western, Filme Noir, Neorrealismo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnJL7LK_o8tIzfrllz2mF8J-azNTybFiMJ-fj0VvhYXxucW8mxkzl029d-amdmKQE_a5FBEfzrL02Ylix_chxHcH73YPWxAtiGgphH4TkxdUhMB_qGzURoMiXe_sXVYtmghvssdQ/s1600/Ensaios+ou+quase+I.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1207" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnJL7LK_o8tIzfrllz2mF8J-azNTybFiMJ-fj0VvhYXxucW8mxkzl029d-amdmKQE_a5FBEfzrL02Ylix_chxHcH73YPWxAtiGgphH4TkxdUhMB_qGzURoMiXe_sXVYtmghvssdQ/s400/Ensaios+ou+quase+I.jpg" width="301" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Publicado em 2012, inicia à publicação de livros </span>ensaísticos<span style="font-size: 12pt;">, ou como o próprio autor prefere nomear </span><b><i style="font-size: 12pt;">Araken Vaz Galvão I – Ensaios ou quase </i><span style="font-size: 12pt;">− </span></b><i style="font-size: 12pt;"><b>Cinema: Western, Filme Noir, Neorrealismo</b> </i><span style="font-size: 12pt;">–. A obra compõe-se de
textos que fazem uma análise sobre o cinema, mas não com um viés acadêmico, e
sim a partir de reflexões e leituras feitas por Vaz-Galvão. A doutora em
Educação e amiga Lucília Augusta Lino de Paula quem escreveu a apresentação
deste livro, e, segundo a mesma: “Este livro vem preencher uma lacuna no
cenário da crítica cinematográfica brasileira, e da disponível em português,
pois além de discorrer sobre o cinema </span><i style="font-size: 12pt;">noir
</i><span style="font-size: 12pt;">e o neorrealismo italiano, dedica-se ao </span><i style="font-size: 12pt;">western
</i><span style="font-size: 12pt;">com rara maestria. É uma obra única, ao mesmo tempo completa e parcial.” <o:p></o:p></span></div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-51468911789436821972019-11-27T14:40:00.002-03:002020-01-21T12:48:10.602-03:00Obra publicada de Araken Vaz-Galvão: PARGO E OUTRAS HISTÓRIAS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_vbkCQNKXRJv5Osc91Nl20IXSosdr1Hy07dNBCUGEKzne9tqAeh6qdHLQlQF-2I60fNUmIVP4amKGvMMspoCJ0Kc3f3u339PyENgvkYEYEA3U3oWFWpxo69rVQ97a8baqVIfgg/s1600/Pargo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1358" data-original-width="946" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_vbkCQNKXRJv5Osc91Nl20IXSosdr1Hy07dNBCUGEKzne9tqAeh6qdHLQlQF-2I60fNUmIVP4amKGvMMspoCJ0Kc3f3u339PyENgvkYEYEA3U3oWFWpxo69rVQ97a8baqVIfgg/s640/Pargo.jpg" width="441" /></a></div>
<br />
<br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-size: 12pt;">Publicado em 2009 o livro de contos </span></span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Pargo e
outras histórias mais </i><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-size: 12pt;">tem apresentação da crítica literária Gerana
Damulakis, quem afirma que os contos os quais compõem esse livro “São histórias
essenciais. E essenciais são as histórias imprescindíveis, não apenas porque
foram capazes de nos cativar, mas porque, além disso, são factíveis de não
necessariamente estarem atadas ao tempo e ao lugar onde se passam: elas
simplesmente nos alcançam.” Um dos contos que o </span>compõe<span style="font-size: 12pt;"> recebe o título de "Os Mortos", que em 2004</span></span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 16px;"> ganhou o prêmio principal do concurso do Banco Real “Talentos da Maturidade”.</span>Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-72569390418550363202019-06-18T09:15:00.001-03:002019-06-18T09:15:21.170-03:00 O Despertar da África V<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ainda que a ideologia do colonialismo tenha gasto toneladas de papel e
tinta para provar a inferioridade do homem negro, a história africana está
repleta de lutas que provam que a busca da liberdade é inerente a todos os
povos de quaisquer etnias. É verdade que os europeus souberam tirar o melhor
partido do choque cultural com sua chegada naquele continente. As divisões
tribais, étnicas e linguísticas jogaram também um importante papel favorável à
dominação colonial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A resistência do africano a dominação foi, até começo do século XX, dura
e constante. Porém a História da África moderna, que é a que nos interessa
nesse momento, não começa com Bob Marley e demais cantores amantes da maconha e
do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">reggae</i>, tampouco com a luta dos
negros dos Estados Unidos por igualdade racial – como pensam muitos –, aqueles
movimentos, mais bem, foram conseqüências de uma longa luta que teve início com
o fim da II Grande Guerra, conforme já indicamos e agora estamos realçando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Já foi dito, mas é preciso reafirmar, que a infâmia nazista teve o mérito
de mostrar – aos povos colonizados do mundo todo – que o rei (colonizador)
estava nu. Se me permitem o lugar-comum. Já vimos também que a presença de
soldados africanos (e de outros povos colonizados) lutando ombro a ombro com os
arrogantes, porém derrotados, europeus, nos campos de batalha muito contribuiu
para quebrar o temor à máquina repressora colonial. Jogou importante papel
nesse processo, isso em um campo mais ideológico, por assim dizer, a façanha do
Exército Vermelho na libertação da Europa, coisa que já afirmei e volto a
reafirmar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A verdade é que, ao terminar aquele conflito, uma onda de nacionalismo
agitou o continente. E não foi mera casualidade que as primeiras demonstrações
de rebeldia apareceram nos sindicatos. Em 1945, várias greves na Argélia e na
Nigéria – respectivamente colônias da França e da Inglaterra – foram como um
rastilho de pólvora que teve continuação com uma greve geral dos ferroviários
em Madagascar, em 1947. Em 1950, agitações trabalhistas na Costa do Ouro (hoje
Gana) contribuíram para fortalecer as organizações dos trabalhadores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em 1945, Sekou Touré – mais tarde primeiro presidente da Guiné – funda a
Confederação Geral de Trabalhadores Africanos (mais tarde União Geral dos
Trabalhadores da África Negra, UGTAN), desvinculando-se completamente do
sindicalismo europeu. Porque, é preciso esclarecer, os sindicatos africanos
eram como filiais das centrais da Europa. Não tardou para que esses movimentos
sindicais se transformassem em Movimentos de Libertação Nacional.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É preciso que se diga – em rápido parêntese – que aqueles movimentos de
libertação na África (e na Ásia) coincidiam, e contavam com a solidariedade daqueles
que lutavam contra a dominação a que os Estados Unidos impunham na América
Latina e no Caribe. E que foi essa solidariedade uma das causas principais da
série de golpes militares em nossos países – inclusive no Brasil – patrocinados
pelo imperialismo, do qual os Estados Unidos era a expressão maior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Naqueles tempos de sonhos libertários existia uma máxima que dizia: Sem
teoria revolucionária, não há prática revolucionária. As massas africanas
estavam maduras para a luta de libertação do jugo colonial, faltavam apenas os homens
que interpretassem esta maturidade. Esse papel cabe historicamente aos
intelectuais. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em época relativamente distante como em 1930, o poeta Ettienne Léro, da
Martinica, fundou um periódico, “Legítima Defesa”, onde analisa a opressão
sofrida pelos negros tanto na África como na América, para onde foram trazidos.
Seu periódico teve grande repercussão em todas as colônias, mormente as de
língua francesa. Intelectuais como Aimé Cesaire, Léopold Sénghor e David Diop,
cada um do seu modo, também passaram a escrever realçando e incentivando a
valorização individual e a causa de libertação desses povos. Outro intelectual,
Cheik Anta Diop, em um importante livro, “Nações Negras e Cultura<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/e)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20V.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">(*)</span></a>”. Revistas como “Presence Africaine”,
fundada por Alioune Diop, começou a publicar aquilo que seria os princípios da
“negritude”, porém os trabalhos desses pioneiros não se mantiveram apenas no
campo intelectual. Kwame N’Krumah – que mais tarde seria o primeiro presidente
de Gana, antiga Costa do Ouro – que tinha fundado o CPP (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Convention of the Peoples Party</i>) lançou a palavra de ordem
Auto-Governo Agora. N’Krumah e seu CPP conseguem a independência de Gana em
1957, sendo o primeiro país – se excluirmos o caso especial da Libéria – a
conseguir sua independência do jugo colonial no século XX.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Mais tarde, outro intelectual de peso – talvez o mais importante da
África – Amílcar Cabral, fundou o PAIGC (Partido da Independência de Guiné e
Cabo Verde). Amílcar Cabral, não chegou a ver concretizado seu sonho, foi
assassinado pelo serviço secreto de Portugal (a PIDE, de triste memória).
Ademais, com a independência, depois da Revolução dos Cravos, o seu sonho foi
novamente frustrado, as ilhas de Cabo Verde se separaram de Guiné Bissau,
formando dois países diferentes, ambos muito pobres. No entanto, há que diga
que a separação das duas ex-colônias seria um fato inevitável, além de desejável,
pois seria inviável um país dividido por duas partes distantes uma da outra por
mais de 1800 Km.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O autor destas linhas teve a oportunidade de conhecer e, de certo modo, conviver
com esse grande intelectual e mártir da libertação dos povos, quando ele esteve
no Brasil, no Rio de Janeiro, por volta do ano de 1963, em busca de apóio para
sua causa, que era também a de todos os povos oprimidos do mundo. Naquela
ocasião teve a oportunidade de aquilatar o grau de conhecimento daquele líder.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Para concluir esta nota, só posso lembrar de como foram brilhantes
aqueles intelectuais que iniciaram as lutas de libertação das colônias
africanas, reafirmando que, sem dúvida, Amílcar Cabral foi talvez o mais
brilhante deles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 60.55pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 60.55pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">A.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->Vaz Galvão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><div style="text-align: right;">
<span style="font-size: 12pt;">Valença, BA, 15 de janeiro de 2008</span></div>
</span><div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]-->
<hr align="left" size="1" style="text-align: right;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: right; text-indent: 1cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/e)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20V.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">(*)</span></a>
Desconheço se este livro foi publicado no Brasil, o seu título original era “<span style="letter-spacing: -.2pt;">Nations </span>Négres et Culture”, onde afirmava –
grosso modo – que a cultura africana era mais antiga que a dos colonizadores. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-60688076603084841982019-05-31T09:34:00.003-03:002019-05-31T09:34:38.974-03:00 A África Passo a passo<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Somente agora (29/05/2019), quando estou lendo o livro de <a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10017149">Nadine Gordimer (1923-2014), </a>por estar escrevendo este
livro sobre literatura africana, foi que localizei o bastante interessante
comentário de Gisele Eberspächer (Publicado em 22 de ago. de 2014), o qual,
apesar de tímido em sua apreciação, surpreendeu-me, de certa forma, além de deixou-me
esperançoso porque a articulista promete voltar a lê-lo com mais esforço, em
outra oportunidade. Gisele é jovem, sua visão do mundo ainda está em formação,
estas apreciações são a visão de um homem que acaba de completar 83 anos e que
continua trabalhando. É preciso dizer-se, porém, que há livro que comportam
várias leituras – sempre fartas em novas e profícuas descobertas – dependendo
do leitor e de sua idade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As observações que ela faz sobre a narrativa, são
pertinentes e, realmente o livro pede mesmo um segunda ou mais leituras.
Registro, porém um detalhe extralivro<a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10018417">, extra a este
livro que estou escrevendo,</a> que é a pergunta: Quando, no Brasil, se vai
descobrir que o nome do Prêmio é “Nobél” e não “Nóbel”, como a articulista
registra? Por outro lado – e minha idade e passado leva-me a concluir –, voltando
a falar sobre literatura, é fatal a distância que separa o sonho e a realidade,
tema básico da obra de Gordimer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por outro lado e voltando a falar de literatura africana,
minha idade e passado leva-me a concluir que é fatal a exclusão entre as
propostas do sonho e a prática da realidade –, em particular quando se trata de
reformas político-sociais em um país –, tema básico da obra de Gordimer e que
faz ser a sua leitura, especialmente, entre os jovens, quase obrigatória, pois
a literatura é um dos instrumentos mais importante para se conhecer a alma
humana e, por correlação, se aprender a viver e ser tolerante. Esse assunto,
porém, a distância entre o sonho e a realidade, e a consequente decepção
nascida da constatação desse divórcio, tem sido um tema recorrente em quase
toda a literatura africana, século XX, que estou lendo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não vou agora, no entanto, falar do livro de Gordimer, pois
encontro-me nos primeiros capítulos, razão pela qual referir-me-ei a outro
livro que li em minha recente viagem ao Rio de Janeiro, no caso, de um dos
monstros sagrados, como Gordimer, da literatura africana. O livro é de contos e
tratou-se do encontro de dois nomes importantes, Mia Couto e Agualusa, autores
que, por sinal, não pensava inicialmente abordar neste ensaio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O livro foi “O espião elegante e outras histórias”, de 2019,
cuja leitura obriga-me a uma longa e elucidativa volta. A nossa língua
portuguesa, a falada no Brasil que agora – em contato com os escritores
angolanos – descubro que é mesmo muito diferente no uso e emprego entre os
demais países lusófonos, possui belas características, além de inusitadas.
Essas particularidades, levou-me selecionar entre os nossos escritores, alguns
contos que me pareciam antológicos ou, – como prefere dizer minha amiga e
madrinha, Gerana Damulakis – inesquecíveis, tendo feito uma seleção, conforme
meu pessoal gosto, relacionados com os melhores contos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
de nossa língua portuguesa, falada do Brasil. Selecionei também, dois contos de
Araken Vaz Galvão, morto de (falsa) vergonha, mas jurando que é por (puro)
merecimento, acrescentei na relação – dos melhores contos brasileiros (vejam
só!) dois contos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
desse cidadão que, infelizmente. Possui o mesmo nome que eu.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10187199"><o:p></o:p></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk10099218">No entanto, voltando a exercitar a prática da qual sou
habitué, passo a falar, rapidamente sobre um dos três livros que recebi ontem,
29/05/2019, respectivamente as obras “A Gloriosa Família o Tempo dos Flamengos”
– de Pepetela – 1999; “De uma Costela Torta” – de Nuruddin Farah – 1982; “Desonra”,
de J. M. Coetzee – 1999</a>, aos quais acrescentarei os recebidos ontem
(30/05/2019), que foram: “Cidadã de Segunda Classe”, de Buchi Emecheta, de 1983;
“O Corpo em que nasci”, de Guadalupe Nettel, de 2013; “A Gloriosa Família” de
Pepetela, de 1997. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">Desses livros
selecionei os dois últimos para posterior leitura, o de Nattel, não se enquadra
no assunto que estou pesquisando no momento, ela é mexicana. No caso de
Pepetela, já comentei um livro dele – a intenção é abordar, em princípio,
apenas um livro de cada autor, por país –, ademais essa obra, está mais
relacionada com História do que com ficção, por isso ficou para outra ocasião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">Agora, antes de
continuar – ademais de me encontrar com a leitura para de um livro – comecei a
ler “Cidadã de Segunda Classe” – essa coisa de ser relativamente com um número de
páginas reduzido, além de ter passado uma vista d’olhos (coisa que faço com
todos os livros que compro, selecionando a oportunidade de leitura), além de ansiedade
–, chamou-me também a minha atenção, uma diagramação primorosa – fato que
levará o meu amigo escritor Alfredo Gonçalves de Lima Neto, que se preocupa</span><a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;">, não se razão, com esse importante detalhe,
ao êxtase. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<span style="mso-bookmark: _Hlk10187199;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Bem,
sobre o livro de Emechela (1944-2017), cujo número de obras publicadas em
português é bastante reduzido (dois ou três, em mais de 16 romances) – possui alguns
livros em que o estilo enquadrar-se-ia dentro dos cânones da famosa palavra técnica
alemã, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bildungsroman</i>, relacionada com
os romances de formação –, sobre sua obra em geral, falarei em outra
oportunidade.</span></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">Valença, BA, 31 de maio de 2019</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Araken Vaz Galvão</span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os
contos são: Missa do Galo – Machado de Assis – 1893; O Plebiscito – Artur
Azevedo – 1890; A Terceira margem do rio (1962) e A hora e a vez de Augusto
Matraga (1946) – Guimarães Rosa; Viagem ao seio de Duília – Aníbal .Machado –
1998; Porque Lulu Bergantim Não Atravessou o Rubicon – José Candido de Carvalho
– 1970;<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os
Mortos e Pargo, ambos de 2009.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Desktop/Os%20pescadores.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Considero também a diagramação importante, porém, por ser editor dos meus
próprios livros, o fator custo, às vezes, pesa bastante. Embora ultimamente esteja
estabelecendo uma estratégia para melhorar minhas edição, inclusive penso criar
um selo, que se chamará edições “Pássaro que dorme”.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /><br />
Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-4649737353446332512019-03-30T09:11:00.002-03:002019-03-31T13:29:38.281-03:00 Divina Leitora<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Dedicado a Ida Victoria, com carinho e devoção.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
O seu nome não será aqui revelado. Tampouco sua idade<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cr%C3%B4nicas%20II/Divina%20Leitora.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Trata-se de uma dama na mais pura acepção do termo. Nasceu e mora em Minas
Gerais. Não tive ainda o prazer de conhecê-la pessoalmente; mas sei por intermédio
de sua filha, amiga e esposa de um magnífico amigo, os quais, vez por outra,
nos traz a alegria a minha esposa e a mim, vindo passar alguns curtos dias em
nossa casa, aqui em Valença, BA.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não serão revelados também outros dados desse casal amigo,
dados que não vêm ao caso, pois cumpre-me apenas revelar a existência de minha
Divina Leitora. Antes, porém, de continuar falando dela, devo dizer que ela, a
minha Divina Leitora, ao ser tão assídua na leitura de minha obra, surpreende-me
sobremaneira. Sei, mais do que quaisquer críticos, das limitações e alcance dos
meus voos literários. Períodos longos, ideias intercaladas, jogo de ida e volta
dos temas tratados, mudanças radicais – sem aviso prévio – de narrador,
desleixo na sintaxe e devoração contumaz de vírgulas, além de colocá-las fora
dos seus devidos lugares. Um caos completo, o que poderá até a induzir a minha
Divina Leitora, até mesmo por seu tempo de vida, cansaço mental e desistência
da leitura. Contratempo que, para minha felicidade, não sucede. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Paro neste ponto, pois – como na música popular –, “quase
disse agora o seu nome sem querer”. E esse detalhe, por discrição, não pode ser
revelado, tampouco a sua idade – repito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas, dizia mesmo que
considero meus escritos – talvez pretensiosamente – repletos de contradições,
as quais podem tornar sua leitura mais complexa, quiçá cansativa, por isso
surpreendia-me que fossem queridos e admirados por minha Divina Leitora. Por
esta simples razão vou relatar agora um episódio de seu comportamento que, em
grande parte, fez compreensível seu gosto por aquilo que escrevo, e que muito
me honra. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A minha Divina Leitora – contou-me sua filha – certa feita, pretendia
fazer uma festa para comemorar o aniversário de sua mãe – uma dessas
comemorações que fazemos ao cumprirmos uma conta redonda de números, como 15
anos, ao debutarem as moças, ou os 21, quando todos nós atingimos a maior idade
–, ficou furiosa. Como, minha filha – disse ela – você vai fazer isso e revelar
minha verdadeira idade para o povo todo dessa cidade? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Desnecessário se dizer – a festa foi prontamente cancelada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Outra atitude, digna de registro, é que a minha Divina
Leitora, ao saber que a família – isso no dia a dia – vai receber alguma
visita, se, no caso, for de algum vistoso senhor de sua faixa de idade – jamais
de jovens, que minha Divina Leitora não é dada a se exibir para pessoas do sexo
masculino muito jovem –, prontamente ela toma do seu estojo de maquilagem,
retoca sua aparência e indaga da sua filha: Como estou, bonita?</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_Hlk4150323" style="text-align: justify;">Ao tomar conhecimento dessa sua
constante atitude, foi que descobri o que minha Divina Leitora faz (nessa atual
fase de sua vida), é postar-se tão somente por detrás de um biombo, trazendo de
volta a eterna adolescente que mora em seu coração. E, na privacidade completa,
daquilo que ela guarda na memória, entre as suas melhores recordações, como
brincar de calçar o sapato de salto alto de sua mãe, usar o batom e até
arriscar-se em descobrir o segredo do rímel, construindo o retrato perfeito do
eterno feminino, em uma atitude que me leva dizer: Divina Leitora, você é
maravilhosa.</a></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-bookmark: _Hlk4150323;">Valença, BA, 21 de
março de 2019<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="mso-bookmark: _Hlk4150323;">© Araken Vaz Galvão<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/Cr%C3%B4nicas%20II/Divina%20Leitora.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Tampouco tem alguma coisa
a ver com a pessoa a quem esta crônica é dedicada. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-37975203456248518832019-03-23T10:14:00.001-03:002019-03-23T10:14:54.709-03:00 O Despertar da África IV<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A África atravessou toda a primeira metade do século XX, sem grandes
modificações em sua situação política. Curiosamente, foi o fim da II Grande
Guerra quem criou as condições que permitiram o início do processo que foi
chamado de descolonização. É verdade, porém, que ao término da I Grande Guerra
algumas modificações surgiram no mapa africano, entretanto essas modificações
diziam respeito aos interesses das potências europeias, uma vez que a Alemanha
perdera suas colônias, e isso significou apenas, para os africanos, a mudanças
de amo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Mas, como as conseqüências da II Grande Guerra influenciaram na África,
uma vez que as potências europeias – Reino Unido, França e Bélgica – tinham
saído como vencedoras? Os fatores foram vários. Vamos aos principais. Os países
coloniais tinham sido vergonhosamente derrotados – com exceção do Reino Unido,
que apenas ficara de joelho –, frente a Alemanha de Hitler, e só saíram vendedores
graças a aliança com Estados Unidos com a União Soviética. A França e o Reino
Unido tiveram ainda que lançar mão de soldados recrutados entre os povos colonizados
– leia-se, entre os cidadãos de segunda classe, como eram considerados os
africanos e demais filhos daqueles povos –, evidenciando, dessa forma, que eles
não eram invencíveis. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Embora aliados dos Estados Unidos, a este país não interessavam colônias,
e sim nações nominalmente independentes (tipo a Libéria) que ficariam a mercê
dos poder econômico daquela potência que saíra da II Grande Guerra como a
principal do planeta, a quem a própria Europa – países vencedores e vencidos –
ficaram subordinados. Sucedia em pleno século XX, algo similar ao que se dera
com os países das colônias portuguesas e espanholas no século XIX, na América, que
contara com a simpatia da Grã-Bretanha, em suas lutas pela independência para
se tornarem dependentes economicamente daquele país, então o mais poderoso do
mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O último, dos principais fatores, tinha um lado negativo. Para derrotar
os países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – foi fundamental a participação
da União Soviética, que saíra daquela guerra como a segunda maior potência do
planeta. Mas com sérias veleidades de ser a primeira. Se a propaganda dos
Estados Unidos falava em liberdade, mas uma liberdade etérea, patrocinada pelos
países que tinham sido os senhores das colônias, a soviética falava em
libertação dos povos tendo esses mesmo povos como protagonistas da sua
liberdade<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Somava-se
a essas proposições ideologias, a presença dos países não-alinhados – que
Índia, Iugoslávia, Indonésia e Egito eram os principais – pregando a não
aliança automática nem com os Estados Unidos, nem com a União Soviética.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Dentro desse quadro, com ambas as potências<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
vencedores da II Grande Guerra lutando por influenciar o processo de libertação
nacional dos povos africanos (e também de outros continentes, os quais não
analisarei aqui), contando ainda com a influência dos países não-alinhados<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
que procuravam novos adeptos para reforçar a posição do grupo, deu-se todo o
processo de libertação nacional dos povos colonizados. Esse conflito de
interesses políticos entre as duas maiores potências mundiais, foi chamado de
Guerra Fria, do qual os conflitos relacionados com a descolonização foram
apenas uma pequena parte. Por outro lado, o processo de libertação dos povos
colonizados, do ponto de vista ideológico recebeu uma acentuada influência das
idéias da esquerda, com maior ou menor participação da União Soviética e alguma
influência da China. Entretanto, naqueles movimentos embora tivesse em seu bojo
alguma proposta marxista, era, em sua maioria, fundamentalmente uma gigantesca
onda nacionalista. Mas não um nacionalismo de direita (ou de direita
completamente), como houve na Europa, mas um movimento libertário de forte
cariz de esquerda e anti-imperialista. Por isso era chamado de Movimento
Nacional de Libertação. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Embora se fale hoje, para motivo de melhor compreensão daquilo que
ocorreu na segunda metade do século XX, em Movimento Nacional de Libertação,
não se tratou de uma luta unificada e com inter-relações entre os diferentes
povos africanos, ainda que algumas daquelas lideranças históricas mantivessem
ligações. Mas também não era raro que houvesse rivalidades, seja porque havia
tribos divididas por fronteiras impostas pelo colonizador, seja por
dificuldades de organização. Por isso, para melhor compreensão, falarei das
lutas nas colônias da Grã-Bretanha, da França, da Bélgica e de Portugal. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Indubitavelmente o movimento que recebeu em sua ocasião maior repercussão
na imprensa ocidental foi o dos Mau-Mau, no Quênia, liderados por Jomo Kenyatta.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Região conhecida pelo homem desde épocas imemoriais (aproximadamente 2.600.00
anos), o que hoje é o Quênia foi dominada, por volta do século VIII, da era
cristã, pelos árabes. Os portugueses, ao conquistarem Mombaça, em 1505,
expulsando os árabes, tornaram os senhores da região. Entretanto, o domínio
português não foi absoluto, pois os árabes, estabelecidos na ilha de Zanzibar
(hoje parte da Tanzânia) comerciavam escravos, ouro e marfim com os
portugueses. No final do século XIX, porém, os britânicos, sob o pretexto de
acabar com a pirataria, apoderaram-se de toda a região. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Estavam assentados ali desde o século X os bantos, entre eles os kikuyu,
que viviam no interior, e os massais (povo nilótico) que viviam (e ainda vive) próximo
à fronteira com o que hoje é a Somália. Os alemães foram os primeiros europeus
a se fixarem na região, o fizeram entre os povos da tribo manyika, isso por
volta de <st1:metricconverter productid="1848. A" w:st="on">1848. A</st1:metricconverter>
construção de uma ferrovia, ligando o porto de Mombaça e as férteis terras do
lago Vitória (concluída em 1902), o que facilitou pois abriu as portas à
dominação britânica. Foi nesse período que se iniciou a imigração de indianos,
primeiro para a construção da ferrovia, depois para as tarefas domésticas, para
as quais os africanos se mostravam inaptos ou resistentes a executar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em 1920, reafirmado o domínio da Grã-Bretanha, o Quênia foi transformado
de colônia em protetorado. Depois da II Grande Guerra as melhores terras
estavam em mão dos europeus. Os primeiros conflitos surgiram entre os
colonizadores e os descendentes dos indianos imigrados, que não se consideravam
bem representados nos órgãos do governo local. A partir de 1921, surge a
Associação Central dos Kikuyu, (reformulada em 1925), que passou também a
reivindicar participação no poder. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Neste contexto que surge a rebelião dos Mau-Mau, que teve a participação
majoritária dos kikuyu e que foi liderada por Jomo Kenyatta, que se
transformaria em uma guerra prolongada (de 1952 até 1960), resultando na
independência em dezembro de 1963. Jomo Kenyatta, que até então chamado de
terrorista pela imprensa ocidental, foi o seu primeiro presidente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
© A Vaz Galvão <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
Valença, BA, 15 de janeiro de 2008<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Embora nessa proposta – como ocorre com tudo na vida – pudesse haver alguma
relatividade. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Na
prática, porém, a ajuda para que os países colonizados atingissem sua
independência nacional, podia conter uma certa dose de farisaísmo, já que
quando uma nação ajuda outra, tem sempre algum tipo de interesse, quer estratégico,
quer econômico, quando não os dois. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/N%C3%A3o%20Sei/BK_Pela%20realetech15-04-13/d/Vaz/Galv%C3%A3o/%C3%81frica/d)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20IV.doc#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Esse grupo – no qual o Brasil, em algumas várias ocasiões, andou acertadamente
namorando, sempre com fracasso ou por pouco tempo, hoje já não existe. Tratava-se
de um de alguns países que não se alinhavam com nenhum dos dois blocos
existentes (Estados Unidos ou União Soviética), era composto e liderado pela
Índia (de Nehru; Nasser (do Egito) e Sukarno, da Indonésia, além de Tito, da Iugoslávia.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-76801723891621733032019-03-11T11:53:00.000-03:002019-03-11T11:53:22.856-03:00 O Despertar da África III<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No artigo anterior vimos como foi oficializada, entre as potências
europeias, a partilha da África e como surgiu o primeiro país independente –
dentro dos padrões ocidentais – do continente africano: a Libéria<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/c)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20III.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Antes
de tecer mais algumas considerações sobre este país, falarei as duas
tradicionais Áfricas que sempre existiram ou existiram desde tempos imemoriais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O norte da África – também chamada de África Branca –, região onde estão
localizados países milenares como o Egito, é composto, além deste, da Líbia, Tunísia,
Argélia, Marrocos e Saara Ocidental, cuja origem dos povos – que também se
perde nas brumas da formação da história da humanidade – e que formam entidades
bastante diferenciadas das nações ao sul do Saara, que nasceram depois do
processo de descolonização. Naqueles países a população, ainda que muito
miscigenada, é composta de pessoas de pele clara – entre nós seriam chamados de
morenos e mulatos claros – de religião muçulmana, as quais influenciaram
fortemente boa parte dos vizinhos ao sul, como foram os casos de Mauritânia,
Mali, Sudão, Eritreia, Djibuti e Somália – todos da África Negra – e, em menor
grau, vizinhos entre si, mais acentuadamente os países que surgiram no litoral
do Oceano Índico. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Esse esclarecimento é importante porque os países da chamada África
Branca possuíam – e conservaram depois de colonizados – identidade cultural
própria<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/c)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20III.doc#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
delimitada em espaços geográficos seculares; enquanto as colônias nascidas do
processo de colonização esses importantes “detalhes”, não foram respeitados. Em
linguagem simples poder-se-ia dizer que no primeiro caso as potências europeias
decidiram colonizar o Marrocos, por exemplo, e o ocuparam como um todo. No
segundo caso essas potências simplesmente decidiram ocupar determinado trecho
do litoral, onde poderiam construir portos seguros, apossar-se da desembocadura
de determinado rio – como forma de dominá-lo em toda sua extensão. Por isso
quando se iniciou o processo de descolonização – após o término da II Grande
Guerra – o Marrocos (por exemplo) permaneceu com seu território original, sua
cultura e sua identidade nacional ficaram praticamente intocadas; enquanto os
países da África Negra que nasceram daqueloutro processo, careciam, em sua
totalidade, de identidade territorial, cultural e étnica, a qual – como vimos –
tinham sido violentadas pelo processo de colonização.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Repete-se que aí está uma das origens da atual tragédia africana...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Sem desejar cair em uma exposição mecânica, podemos afirmar – grosso modo
– que por volta do ano de 1400, século XV, portanto, a África se encontrava, do
ponto de vista de acomodação geográfica das tribos, em fase de grande
mobilidade, tribos do norte invadiam territórios do sul, as do leste ocupavam
terras e escravizavam povos do oeste ou vice-versa. Processo similar – também
grosso modo – ocorrera na Europa, quando principados e reinados deixaram de
existir e passaram a fazer parte de outros mais fortes, que invadiam as terras
vizinhas, anexavam estados, submetiam regiões e populações inteiras. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Esse período de acomodação territorial das diferentes tribos africanas
atravessou vários séculos, com o aparecimento de reinos, alguns de grande
expressão, outros de vida efêmera. Quando os primeiros europeus – os
portugueses – aportaram em território da África as lutas tribais estavam ainda
no auge. Guerras eram empreendidas não só para conquistar territórios, mas
também para fazer escravos. A chegada do homem branco só fez aguçar essa busca
de trabalho servil. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Entretanto, não sobre esse período que desejo falar. Interessa localizar
o momento histórico em que os países da África, como hoje conhecemos, começaram
a surgir. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
E com essa premissa, volto à Libéria. Quando foi proclamada sua
independência, em 1847, uma das suas principais preocupação dos seus novos
líderes foi atrair as tribos locais para o modo de vida ocidental, para isso
suprimiram o tráfico de escravos, e no fim do século XIX o novo estado
estabeleceu definitivamente suas fronteiras, mediante tratados sob a proteção
dos Estados Unidos, com a França e o Reino Unido, que tinham colônias nas
imediações. A capital do novo país recebeu o nome de Monróvia, em homenagem ao
presidente dos Estados Unidos, James Monroe. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No início do século XX, por volta de 1909 – pouco antes de ser feita a
concessão a Firestone – a Libéria obteve um empréstimo dos Estados Unidos, o
qual, em contrapartida, passou a supervisionar a economia e a alfândega, sob a
alegação de que era preciso saneá-la. Foi nessa época também que o governo de
Monróvia conseguiu estender sua autoridade ao interior do país. Depois da concessão
a Firestone, logo após da primeira guerra mundial, a receita liberiana ficou novamente
sob administração americana. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Entre as décadas de 60/70, os Estados Unidos construíram portos na
região, para permitir a exploração de ferro e látex, mas, com a queda dos
preços dessas matérias-primas, a economia entrou em decadência e a falácia da
democracia da Libéria acabou. O presidente William Richard Tolbert foi morto em
abril de 1980 durante um golpe militar encabeçado pelo sargento (mais tarde
general) Samuel Kanyon Doe, que permaneceu no poder depois de realizar eleições
consideradas fraudulentas. O governo desse ditador só terminou em 1990, após
cruenta guerra civil, quando ele foi executado. A situação interna da Libéria
continua instável, em estado quase permanente de guerra civil, e os consequentes
massacres de opositores e da população civil, como o que ocorreu no final de
1992, “entre as forças de paz da Comunidade dos Estados da África Ocidental e
da Frente Patriótica Nacional resultaram em aproximadamente três mil mortos e
oito mil feridos”. Esses períodos de violência são seguidos de curtos momentos
de paz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 60.55pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 60.55pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">A.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->Vaz Galvão <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Valença, BA, 13 de janeiro de 2008 <o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/c)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20III.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A
Libéria, situada na costa ocidental da África, tem uma superfície de 99.067km2.
Limita-se a leste com a Consta do Marfim, ao norte com a Guiné, ao sul e oeste
com o Atlântico e a noroeste com Serra Leoa. Ao longo da costa possui cerca de <st1:metricconverter productid="560 km" w:st="on">560 km</st1:metricconverter> de terra baixa e
pantanosa, recortada por pequenas baías e uns promontórios rochosos.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/c)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20III.doc#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cujo esteio mais forte, foi, sem dúvida, a religião muçulmana. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-52349489326673137132019-02-16T10:48:00.000-03:002019-02-16T10:48:14.910-03:00 Conceitos por associação (no Tupi e na vida)<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Em crônicas passadas chamei a atenção dos leitores para uma
característica curiosa existente no tupi (entre tantas outra), a qual deve
haver também – imagino – nos demais idiomas pouco frequentados por esse fenômeno
que chamamos de civilização: o de denominar as coisas, e até as pessoas, pelo
processo de associação prática comparando com aquilo que se vê<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. E
isso foi dito, mais ou menos com estas palavras, em relação ao termo, muito
usado por entre os camponeses da serra capixaba – quase todos descendentes de
imigrantes pomeranos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
em sua maioria (um povo de fala alemã), e italianos –, cujo costume de chamar o
sabugo de milho de batuera, causou-me espanto, inclusive pensando que era
palavra de origem europeia. Qual nada! Era o Tupi Nosso de Cada Dia, ali,
presente, devidamente disfarçado por entre o português falado até pode
imigrantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Mais tarde, conferindo o nome indígena do milho deparei-me com o que se
segue: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ubatim</i>, corruptela de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Yba-ti</i>, o fruto de ponta, o grão
pontiagudo. É o milho (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Zea Mays</i>) dos
índios – diz Sampaio (pág. 337, Geografia) –, também denominado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">abaty</i> ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">abati</i>. Cabelos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aba-ti</i>, os
cabelos brancos, alusão aos filamentos ruivos ou brancos que envolvem as espigas,
por baixo da palha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Somente depois de muito tempo, é que soube que aquela palavra era a
corrupção da junção do termo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">abay</i>
(milho) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">guera</i>, um sufixo de ampla
significação. Indo desde o conceito para <i style="mso-bidi-font-style: normal;">velho</i>,
como até – entre outras concepções – <i style="mso-bidi-font-style: normal;">o de
algo que fora e já não era mais</i>. Pois, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">guera</i>
é em particular, algo extinto, que já foi e não é mais. Porque a velhice
propriamente dita (Sampaio, Geografia, pág. 336) é <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tuya</i>, ou seja, a velhice, a idade avançada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Aliás, diga-se de passagem, que na escola nos ensinam (erroneamente) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">guera</i> como apenas velho, sempre se
referindo à lenda do encontro e Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740)
bandeirante, nascido no Rio Grande do Norte, pai de Bartolomeu Bueno da Silva,
o Anhanguera II, que, tentando enganar os índios, caiu no ridículo, por isso
foi chamado, de modo jocoso e tolerante, de Anhanguera, ou seja um espírito do
mal (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">anhã</i> ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">anhan</i>) que por sua idade avançada, era inofensivo (fisicamente), um
tolo, incapaz de enganar a quem quer que fosse, ou mesmo de fazer mal algum,
inclusive fazer medo<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Desta forma, fiquei sabendo que batuera era uma expressão (formada por
meio de variação ou corrupção das duas palavras citadas acima, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">abati</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">guera</i>), termo que, por corrupção, transformaram-se em (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">a)bat</i>+<i style="mso-bidi-font-style: normal;">uera</i>, que significava, mais ou menos, “milho que foi embora”, ou
seja, que foi usado – comido ou deteriorado – tendo deixado somente o vestígio
onde repousara. Comecei, então, a imaginar o quanto poético era a forma de se
expressar dos tupis. Por este tempo, lera o também poético artigo do professor
Lauand<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
em que, entre outras características curiosas do Tupi, ele realçava a sua
capacidade “alemã” de se prestar para se fazer filosofia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Embora não tenha encontrado nem em Sampaio nem em Silveira Bueno o termo
tupi para cabelo, encontrei em um saite (fonte sempre pouco confiável) do
Google, que cabelo era <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sauké</i>, sendo
dessa forma que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sauké</i>’<i style="mso-bidi-font-style: normal;">tinga</i> seria cabelos brancos. Ledo
engano, porém, em tupi a ideia de cabelos brancos (sendo ou não cabelos sauké),
é formado com o palavra abati (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">aba-ti</i>),
ou seja, com o termo milho, mas no sentido dos estigmas, cabelos de abati, milho,
portanto. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Vendo, então que a simples analogia com os filamentos, às vezes ruivos,
às vezes brancos, do milho os tupis criaram a bela expressão “cabelos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aba-ti</i>”, como os meus o são agora.
Cabelos como os filamentos do milho, ou seja, brancos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
E já que falei em cabelos brancos, perdão, em cabelos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aba-ti</i> e, consequentemente, em formas
poéticas de se expressar, lembrei-me também de uma canção muito grata em minha
juventude, composta e interpretada por Sílvio Caldas, cuja letra<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
mesmo fugindo do tema central, o Tupi, não resisto o desejo de reproduzi-la,
visto tê-la ouvido muito em épocas em que o meu cabelo era da cor da juventude,
no meu caso castanhos<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Época em que, por ser jovem, acalentei inúmeros sonhos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O nome da canção era “Cabelos cor-de-prata”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Tendo feito este devaneio, agora que estou a escrever outro livro<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
sobre a presença do Tupi em nosso falar diário (isto depois de já ter escrito o
meu primeiro livro sobre este assunto), posso perguntar: Afinal, o que
significa a palavra Tupi?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Tupi significava, para os próprios tupis, em sua forma registrada por
Sampaio (pág. 335, Geografia), ou seja, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tu-upí</i>,
o pai supremo, o primitivo, o progenitor. Esta interpretação” – continua
Sampaio – “corresponde à grafia francesa <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tououpí</i>,
que se encontra como radical do nome (em sua grafia francesa) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tououpinambaoult</i>, segundo Jean de Levy
que Ferdinad Denis reconhece ser de uma exatidão admirável. Varnhagen
interpretou tupi ou tupy como exprimindo – os da primeira geração”. Tudo isso
segundo informação de Sampaio, o qual continua informando: “Simão Vasconcelos
interpretou tupi como sinônimo de tupã, pois que tupi quer dizer o pai supremo,
e traduziu tupinambá como povo de Deus (Povo de Tupã). Cumpre, entretanto,
notar que alguns viajantes e escritores do século XVI escreveram também: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tuppim</i> ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tupin</i>, que quer dizer, tio, o irmão do pai”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Localizada no alto sertão baiano, há uma cidade cujo nome é Uauá. Uauá,
que já foi parte integrante de Monte Santo, que já recebeu a visita de Lampião,
que foi palco da Guerra de Canudos, que é conhecida como a “Capital do Bode”,
devido a importância da caprinocultura em sua economia – quase toda ela baseada
na pequena produção familiar, é uma palavra tupi, e significa, segundo Sampaio
(Geografia, pág. 337) o pirilampo, o vaga-lume. Entrou nestes ensaios sobre a
presença do tupi, em nosso falar diário, devido a uma impressionante declaração
que ouvi de uma sertaneja, uma mulher de rosto sofrido – como o são a maioria
dos habitantes do semiárido nordestino –, porém, como a maioria daquele povo,
nosso povo, de personalidade inquebrantável, em um desses programas da TV
oficial sobre a agricultura familiar. Aquela declaração até hoje embala meu
coração.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Estava exercendo essa atividade que faz com que se relaxe de um dia
fatigante de trabalho intelectual, quando vi seu rosto, o da mulher da
caatinga, e a voz que dizia: “Não somos nós que criamos o bode. São os bodes
que nos criam”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Pelo o programa já estar no final, não ouvi de onde era a mulher,
tampouco ouvi o seu nome. Mas lembrei-me de minha mãe, uma sertaneja como
muitas que a carne dos bodes criaram e ainda estavam criando... Eram mulheres
cujo brilho do olhar decidido tinha e tem a fugacidade da luz de um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">uauá</i> (vagalume), porém com a bravura para
enfrentar as inclemências do sertão, traduzia-se em um fulgor maior que o das estrelas,
aquelas que lá do misterioso espaço sideral iluminam a vida dos homens.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Valença, BA, 30 de janeiro de 2013<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> No
filme dirigido por Kevin Costner, em 1990, sob o título “Dança com Lobos” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dances With Wolves</i>), há uma clara
referência a este costume, pois o nome que o personagem principal do filme, um
soldado branco, ganha dos índios é justamente “aquele (indivíduo) que dança com
lobos”.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Povo
– segundo a Wikipedia – cuja origem está entre as tribos do Wendes – eslavos
ocidentais – que habitaram o norte da Polônia e da Alemanha, hoje falam estes
dois idiomas porque a sua língua foi extinta.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guera</i>, a rigor pode ser traduzido por
decadente, naturalmente que a decadência por ser ocasionada por velhice, no
sentido de idade avançada, a qual, em tupi era <i style="mso-bidi-font-style: normal;">tuya</i>.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> LAUAND,
Jean. Professor titular da Faculdade de Educação da USP, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">in</i> Língua Portuguesa, Ano 5, nº 68, junho de 2011.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Meus
cabelos cor-de-prata/ são beijos de serenata/ que a lua mandou pra mim./ Os
meus cabelos grisalhos/ são pingos brancos de orvalho/ num tinteiro de
nanquim./ Estes meus cabelos brancos/ que hoje são da cor dos bancos/
solitários de um jardim,/ já sentiram muitos dedos / e ouviram muitos segredos/
que elas contavam pra mim.// Se hoje, estão desbotados/ é porque foram
beijados/ com muito amor e emoção/ E os beijos foram tão puros/ que os meus
cabelos escuros/ estão da cor do algodão./ Eu fiz tanta serenata que a lua,
desfeita em prata,/ mandou mil beijos pra mim./ E os beijos foram tão puros que
os meus cabelos escuros/ ficaram brancos... assim!<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Uma jovem amiga de Valença, Jamile Menezes, por sua natureza inata muito
carinhosa, colocou-me o apelido de “Algodão Doce”, não que me considerasse
doce, de alguma forma, mas porque, com a velhice, não fiquei careca, mas com
meus cabelos completamente brancos. Por outro lado, porém, ela estava rendendo
um tributo ao que há de cultura indígena em sua genética, mesmo que ela não
tenha consciência disso, porque, em última análise, os sinais da genética
carrega-se no coração. Pois, o que ela fez foi dizer: aquele indivíduo que
possui os cabelos como o algodão doce. Pois tenho os cabelos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">aba’ti</i>. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Tupi%20Corrigido/Conceitos%20por%20associa%C3%A7%C3%A3o.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Ou
um só livro, em dois volumes. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-72763669686241025822019-01-09T15:38:00.001-03:002019-01-09T15:38:20.131-03:00 O Despertar da África II<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
As expedições mencionadas no artigo anterior abriram o caminho para a
colonização de fato. Chegamos ao século XIX com os interesses econômicos e
políticos das potências europeias disputando ferozmente cada palmo de terra
africana. O Reino Unido conseguiu estabelecer-se em uma faixa quase contínua
deste o Egito até a África do Sul; a França com algumas colônias na linha
equatorial, no Congo (Brazzavile) e na ilha de Madagastar; Portugal firmemente
estabelecido em Guiné-Bissau, nas ilhas de São Tomé e Príncipe, Angola e
Moçambique; Alemanha no Togo, Tanganica e Camarões; Bélgica no Congo (belga); a
Itália na Líbia, Etiópia e Somália; Espanha em parte do Marrocos, Saara
Ocidental e no Golfo de Guiné. Na Conferência de Berlim de 1884-<st1:metricconverter productid="1885 a" w:st="on">1885 a</st1:metricconverter> partilha da África se
consumou formalmente, na qual se firmou o princípio da ocupação efetiva como
forma legitimadora da posse das colônias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A política colonial, como não podia deixar de ser, afetou ou destruiu
completamente as estruturas econômica, sociais e tribais da África Negra. Sendo
que o mais grave dessa ocupação territorial foi a divisão de tribos (entre si),
uma vez que a ocupação visava a posse das riquezas, em particular, minerais,
ignorando os costumes dos povos, que viviam na região. Pior: com esse tipo de
colonização, ocorria de um país ocupar um importante rio, onde, muitas vezes, em
cada uma das margens viviam povos que guerreavam secularmente, os quais, de uma
hora para outra, viram-se “unidos” sob uma mesma organização política que
impunha uma política de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pax manu militari</i>.
Precária, como toda paz desse tipo. Ocorreu também de duas nações ocuparem cada
um uma margem do mesmo rio onde viviam povos da mesma etnia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
As infindáveis guerras e os massacres que desde o processo de
independência até hoje ensanguentam os diferentes países da África têm sua
origem nesses fatos. Povos da mesma etnia, da mesma cultura, separados por uma
política colonial que os ignorou, e que foram unidos a povos de outras etnias, às
vezes rivais, e por isso lutam hoje, da mesma forma que lutaram durante
séculos, muitas vezes usando os mesmo métodos bárbaros do passado, buscando a
união com seus iguais que pertencem a países diferentes surgidos depois da
descolonização. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É tão confusa a situação que restou do processo de colonização que
resulta também confuso para o analista explicá-lo em poucas linhas. E se toda
essa complexidade não fosse suficiente para aumentar a tragédia africana,
existem ainda os resíduos da escravidão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A mais esdrúxula das situações, é caso da Libéria. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Conhecida dos antigos egípcios desde época imemoriais, a costa da atual
Libéria foi também colonizada, desde o século XV, por portugueses, holandeses e
ingleses, essa parte da África negra, com esse nome, começa uma nova história a
partir de 1818, quando exploradores dos Estados Unidos, financiados por
milionários daquele país, ansiosos de se verem livres da “mancha negra”
residual da escravidão, pois imaginavam que, com o passar dos tempos,
fatalmente resultaria em uma forte miscigenação – terrível mal para o desejo de
pureza racial dos WASPs<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/b)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20II.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> –
visitaram a região em busca de um espaço geográfico para repatriar todos os
negros libertados da escravidão. Dessa forma, em 1821, mediante o pagamento de
uma vultosa soma, estabeleceu-se um acordo com os chefes que dominavam as áreas
do litoral e, já no ano seguinte, foram enviados os primeiros ex-escravos como
imigrantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
É preciso que se diga, porém, que dentro do conflito social gerado pela
Guerra da Secessão, entre o norte industrializado e o sul agrícola e
escravocrata, foi prometido pelos vencedores aos escravos recém-libertos, <st1:metricconverter productid="20 acres" w:st="on">20 acres</st1:metricconverter> de terra e uma
mula, oferta que deveria representar uma espécie de indenização pelas mazelas
da escravidão. Entretanto, nos Estados Unidos da época, o capitalismo estava se
consolidando, e tomando a sua forma que todos conhecemos na própria pele.
Oferecer <st1:metricconverter productid="20 acres" w:st="on">20 acres</st1:metricconverter>
e uma mula significava que os agraciados teriam que pagar pela dádiva, pois –
todos sabemos! – no capitalismo, sistema nada fraterno e individualista, por excelência,
“quem não trabalha não come”, mesmo não tendo onde trabalhar. Então esse
“altruísta” projeto fracassou. Ademais, nenhum estadunidense estava interessado
em ajudar a se criar uma classe média (mesmo agrária) negra e, muito menos
permitir que ela se desenvolvesse, o que levaria, fatalmente, a se consumar
aquilo que aqueles brancos racistas que criaram aquele país mais temiam:
miscigenação. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Bem, esses brancos – perdão, esses WASPs – racistas e arrogantes, que já
tinham recebido a sua “terra prometida”, conseguida mediante a eliminação dos
índios, graças a uma peculiar interpretação da bíblia, resolveram criar também
para seus ex-escravos uma “terra prometida”. Dessa forma, impunha-se, pois,
mandar os negros de volta para África. Assim nasceu a ideia de se ofertar aos
ex-escravos para eles – também! – aquela Canaã. Criado o novo país, que recebeu
– ironia a parte – o nome de Libéria (cuja capital é Monróvia – em homenagem ao
presidente Monroe, àquele que proclamou: A América para os americanos. Entendendo-se
por americanos os nascidos nos Estados Unidos), estava criada também uma nova
forma de colonização, prática que depois se tornou comum na política externa
dos estadunidenses, e que foi seguida com poucas exceções: não manter colônias,
apenas “estados associados” – ligados a então nascente potência americana –, os
quais, eventualmente, poderiam ser absolvidos como mais um estado da União. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A terra prometida aos ex-escravos – que é considerado o primeiro país
independente da África –, já nasceu dependente, pois, na prática, nunca passou
de um protetorado das grandes empresas dos Estados Unidos, em particular, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Firestone Tire and Rubber Company</i> para
produzir látex para os seus pneus e demais produtos de borracha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
No próximo artigo falarei um pouco mais sobre a Libéria e continuarei
falando sobre a formação dos estados nacionais africanos contemporâneos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 60.55pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 60.55pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-list: Ignore;">A.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span><!--[endif]-->Vaz Galvão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
Valença,
BA, 31 de dezembro de 2007 <o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/%C3%81frica/%C3%81frica%20I/b)%20O%20Despertar%20da%20%C3%81frica%20II.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Sigla de branco, anglo-saxão e protestante – isso, claro, em inglês – WASP,
como se autodenomina a aristocracia dos Estados Unidos, de onde saíram os
chamados “pais da pátria”.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-41060893781582337552018-12-10T15:58:00.000-03:002018-12-10T15:58:14.258-03:00 Introdução (e especulações) sobre a Eternidade<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Não faz muito, selecionei quatro
livros<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/12)%20Escrevendo/A%20%C3%A1gua%20que%20jurei%20n%C3%A3o%20beber.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
afirmando que eles eram os melhores que já tinha lido. Ou, pelo menos, disse
que gostaria de tê-los (para a eternidade) ao meu lado na mesa de cabeceira,
não só porque já os tinha lido várias vezes – sempre com renovado prazer –,
como por desejar lê-los ainda várias vezes mais, durante o pouco de vida que me
resta (que me deve restar, a julgar pela minha idade), pois eles eram uma deleite
intelectual, pelo modo como aquelas histórias eram narradas – de forma magnificamente
fragmentadas, cheias de divagações e com várias idas e vindas (as quais
caracterizam minha forma de pensar), ou seja, bem ao meu gosto ou como tenho
constatado que a própria vida nós faz vivê-la, levando-nos à situações
insólitas ou, como disse o poeta, optar por escolhas ingratas, como dizer:
“Prefiro escorregar nos becos lamacentos,/ Redemoinhar aos ventos,/ Como
farrapos, arrastar os pés sangrentos,” ao obrigar-nos a vivê-la de modo tão
absurdo (constatada pelo lugar-comum, muito popular, tantas vezes por mim apregoado,
insinuando uma fatal aceitação geral pelo povo, pois está sempre a afirmar, de
maneira não isenta de tácita resignação e oculto sentido trágico: As voltas que
a vida dá...) –, o que me intrigava sobremaneira, além de forçar a muitas
reflexões sobre beleza estética e o mistério que esta situação inerente às
grandes obras de arte desperta ou revela e até nos impõe. E impõe até mesmo em
almas rústicas, não raro, amarguradas, como a minha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Entretanto, pode ter influenciado
na constatação de que aqueles quatros livros eram importantes, porém havia
outros e outros, ou mesmo alguns que – no momento particular em que vivia,
encantava-me sobremaneira. Ademais, acabei por concluir que a eternidade era
muito tempo, maior mesmo do que o tempo que me caberia viver. Então... <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
No entanto, não passou muito tempo
e aqui estou eu, tentando escrever algo marcante, recorrendo à chamada
sabedoria popular. Fizera-a ao colocar o título deste trabalho, faço-o agora ao
evocar outra joia desta forma de proceder (:), além de ser obrigado a
reconhecer que os juízos absolutos, além de perigosos, são, amiúde,
contrariados de modo muito rápido. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Lendo o livro de Robert Musil, “O
Homem sem Qualidades”, mesmo não tendo concluído sua leitura, deparo-me com uma
assertiva a qual ainda que feita em outro contexto, levou-me reflexionar sobre
o que dissera em relação àqueles quatro livros. O que o personagem Utrich diz
está relacionado a se dar um passo em falso, assegurando que um percalço deste
tipo careceria de importância, pois o que importava era a atitude tomada a
seguir. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Disse-o e repito, por ênfase, ainda
que o contexto era outro, mas relaciono-o com o que afirmara devido ao fato de
que, reconhecendo o caráter de certo modo frívolo que o fiz, pois dei-lhe um cunho
absoluto, volto para retificar-me.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Mais do que pela narrativa
fragmentada, encantava-me nele outras razões bem diferentes das aventadas em
relação às obras até então preferidas (encantava-me até mesmo pela
característica pulverizada pela qual vivi minha vida). Não que elas deixassem
de sê-lo. Não. A obra de Musil não tomava seus lugares, apenas me alargara a
percepção. Sendo um ficcionista influenciado pela magia do universo mítico do
sertão de minha terra – a qual associei e somei com o fantástico, mágico e
maravilhoso retratado na literatura hispano-americana do século XX – sendo
apenas um contador de história (bom, médio, ruim ou péssimo, é outra questão),
teria mesmo que me deixar fascinar completamente, de modo fácil, por aquelas
obras que são contadas da forma como as sinto melhor, para emocionar-me.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Esta constatação, não imune de
surpresa, fez-me perceber por um ângulo novo, ou passar a ver ângulos nunca vistos,
sequer imaginados, em algumas outras obras, também, clássicas, cujas citações
são maiores do que o conhecimento que se tem delas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Comecei a supor que “As Mil e Uma
Noites” versava sobre um praticante de assassinatos em série – mais amiúde
classificado pela expressão do inglês estadunidense de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">serial killer</i> –, que é enfrentado por uma mulher, a qual contraria
(contrariava) todas as posturas feministas do século XX, por fazê-lo usando
tão-somente de sua inteligência, pois tem plena consciência de sua
inferioridade física, além da política e social. Afinal, goste-se ou não, ela
estava destinada a ser apenas um objeto de prazer sexual e ele era o sultão.
Vence-o com a força de sua inteligência, sem ter tido que queimar seu sutiã (o
qual, não o usava, pois não tinha sito inventado, como tal), sem passeatas e
exigências de leis que, em última análise, buscam obstaculizar o destino final
da existência de macho e fêmeas no mundo. E, tampouco, em imaginar que no
contato entre pessoas do mesmo sexo (excluído as possíveis restrições impostas
por alterações genéticas) estaria o jeito prático de se por fim a tirania dos
homens contra as mulheres. Ao derrotar o sultão fazendo uso apenas de sua
inteligência Xerazade teria sido a primeira feminista, despida de todo e
qualquer conteúdo de lamentações e autopiedade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No entanto “As Mil e Uma Noites” é um clássico
e, por esta condição, fica óbvio que é consagrado mundialmente, frente ao qual
cometo o sacrilégio de fazer esta interpretação, atrevida e extravagante,
talvez, afirmando ainda que, na luta travada por sua inteligência contra a
força bruta do sultão, Xerazade nos entreteve também (mais a nós, posto ter
sido através dos tempos) com narrativas maravilhosas, ficando aquela suposta postura
que lhe dei, por minha conta e risco – como diz o populacho (tão evocado neste
trabalho) –, para surgir (não) no futuro, como muitas outras devem ter surgido.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E já que citei (com muita audácia, talvez até com
petulância) uma das obras mais importante do mundo, atrever-me-ei a citar “Dom
Quixote de la Mancha”, a magnifica obra de Miguel de Cervantes (1547-1616).
Ousando a dizer que o que mais me impressiona neste livro é a ilusão, nascida
de uma quimera, indutora de uma loucura a ela associada. Deixa-me pasmo também
a sabedoria da ignorância – ignorância no sentido bem sertaneja, ou seja, no
sentido de se ser analfabeto, ingênuo e simplório e, de forma inusitada, ser
sagaz, matreiro e questionador.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
O restante, que é tudo, assombra-me
ainda a fantasia e a manipulação com o ridículo, além do insólito ou do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">nonsense</i>. Ademais, estava a suceder-me
amiúde de gostar de obras que muitos especialistas classificavam como menores
(ou não muito importantes ou renovadoras). Gostava, por exemplo, do conto de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Aníbal</i> Machado, “Viagem ao seio de
Druíla”, apesar de ver que pessoas de algo coturno intelectual dizer que aquele
conto nada tinha de excepcional, que contribuísse com a arte de contar uma
história ou de contribuir para o uso revolucionário da língua portuguesa, na
literatura. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Valença, BA, 10 de Dezembro de 2018<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
©
Araken Vaz Galvão <o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 1.0cm;">
<a href="file:///C:/Users/ARAKEN%20VAZ/Documents/VAZ/a)%20Livros%20Terminados/12)%20Escrevendo/A%20%C3%A1gua%20que%20jurei%20n%C3%A3o%20beber.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Respectivamente, na ordem que os li, “Beira Rio, Beira Vida”, de Assis Brasil,
editado em 1965; “Um Belo Domingo”, de Jorge Semprun, editado em 1980; “A Dança
Imóvel”, de Manuel Scorza, editado em 1983 e “Respiração Artificial”, de
Ricardo Piglia, editado em 1980. Sendo que, no caso de “A Dança Imóvel”, quando
o li, não se se por não está maduro intelectualmente falando, não o vi com o
deslumbramento que me ocorreu depois de ter lido (e assimilado a magia
narrativa) da obra de Semprun. Algo similar deu-se com o livro de Assis Brasil,
porém, neste caso li, pela primeira vez, faz muitos anos, quando ainda estava
em uma das prisões da ditadura, desta forma não tinha mesmo condições de
assimilar toda a beleza do texto. Nunca entendi porque esta obra não figura em
um dos pontos mais altos do cânone nacional, latino-americano e mundial <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-54252627638003283472018-12-01T13:42:00.000-03:002018-12-01T13:42:07.791-03:00"O Jagunço Velho", mais uma obra de Araken Vaz Galvão.<br />
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">O Jagunço Velho</span><o:p></o:p></b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">O livro das estratégias<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 13.5pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><a href="https://www.blogger.com/u/2/blogger.g?blogID=18897816#_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><o:p></o:p>[1]</a></span></b></span><a href="https://www.blogger.com/u/2/blogger.g?blogID=18897816#_ftn1" title=""><!--[endif]--></a></span></span></span></b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></span></span></span></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2z-uDKvoYm8SEw4uqJ7CT_SNIQB7CBrV5qYkGf54bHwXnKOyZqKfeAk1qvHlOInVQv-8n4gtDpYNy-10K-sBYIkAsaluJaYmc-X4qTMuBCp6WJXep534uBRUVNYFs2eYSEObmnA/s1600/Jagun%25C3%25A7o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="923" data-original-width="960" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2z-uDKvoYm8SEw4uqJ7CT_SNIQB7CBrV5qYkGf54bHwXnKOyZqKfeAk1qvHlOInVQv-8n4gtDpYNy-10K-sBYIkAsaluJaYmc-X4qTMuBCp6WJXep534uBRUVNYFs2eYSEObmnA/s400/Jagun%25C3%25A7o.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;">“Imagine uma casa com muitas portas. Você
entra pela porta da rua, pensando que é a principal, mas logo tem de voltar e
tentar outras portas e todas levam ao mesmo lugar, mas não exatamente. No final
a casa são as próprias portas e você está entrando nelas e acostumando-se a
morar ali.<o:p></o:p></span><o:p></o:p></div>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;">
Foi assim que me senti quando li O Jagunço Velho. Entrei e fui avisado, mas
pensei que era só o autor explicando que a memória falha, que a lembrança é
vida, que os mitos e histórias ouvidos misturam-se, retornam e retornam, formam
um novelo embaraçado no cérebro do leitor, ou em parte dele.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="color: #333333; font-family: "Times","serif"; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Caso tenha interesse em conhecer a
obra "O Jagunço Velho" entre em contato com Juscimare Souza: E-mail:
juscmaresouza@gmail.com ou whatsapp: (75)98819-7196.</span></i></b><o:p></o:p></div>
<br />
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></span></span></span></span></b></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/u/2/blogger.g?blogID=18897816#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Essa é a introdução de um artigo que o cineastra <span style="color: black; font-size: 13.5pt;">Carlos Nascimbeni<o:p></o:p>
escreveu sobre a obra. O mesmo está publicado na integra aqui no blog.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<br />Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18897816.post-79873885276365345972018-11-30T15:35:00.001-03:002018-11-30T15:41:17.150-03:00Obras de Araken Vaz Galvão já publicada: Crônicas das Prisões e do Exílio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<b>Lembranças da prisão e exílio.</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia0CqTgplo-u5f6inDSLtfVBn2SC6x786y7rupxUatkEKrduJ1gfxAGNJ7lAKLpGIMHsqgYTjEkxE5iOl7uT96UHjFpRs-IpUEtNvmYiRlxXxs19_0NYesUkrKZHSqnrTLZRmYXw/s1600/Cr%25C3%25B4nicas+das+Pris%25C3%25B5es.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia0CqTgplo-u5f6inDSLtfVBn2SC6x786y7rupxUatkEKrduJ1gfxAGNJ7lAKLpGIMHsqgYTjEkxE5iOl7uT96UHjFpRs-IpUEtNvmYiRlxXxs19_0NYesUkrKZHSqnrTLZRmYXw/s400/Cr%25C3%25B4nicas+das+Pris%25C3%25B5es.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="WordSection1">
<div align="left" class="MsoNormal" style="background: white;">
Opinião do escritor Rogério Salgado sobre o
livro <span style="color: #222222; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Crônicas das
prisões e do exílio” de Araken Vaz Galvão:<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: auto;" />
</span>
</div>
<div class="WordSection2">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: always;" />
</span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #222222; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Araken Vaz Galvão se situa entre os
dez melhores cronistas que já li, em toda a minha vivência. Digo isso depois de
ler apenas um livro seu de crônicas. Trata-se de “Crônicas das prisões e do
exílio” (Edições Alba). Suas crônicas, sempre recheadas da mais pura emoção,
falam de coisas vivas, experiências vividas (e vívidas) e que lhe fez antes de
tudo, um Ser Humano. Suas crônicas relatam lembranças, de amizades sinceras e
também não sinceras (<i>os muy amigos</i>), num livro em que uma crônica se
entrelaça a outra, numa sequência romanceada. Suas reminiscências em nenhum
momento nos apresenta mágoas ou rancores; muito pelo contrário, mostra-nos
muita alegria de viver e segurança em cada narrativa, ao contar detalhes do que
lhe vem à memória.”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #222222; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<span style="color: #222222; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<i style="color: #333333; font-family: "Helvetica Neue Light", HelveticaNeue-Light, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: justify;"><span style="font-family: times, "times new roman", serif;"><b>Caso tenha interesse em conhecer a obra "Crônicas de uma Família Sertaneja" entre em contato com Juscimare Souza: E-mail: juscmaresouza@gmail.com ou whatsapp: (75)98819-7196.</b></span></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
Araken Vaz Galvãohttp://www.blogger.com/profile/05307755561364500442noreply@blogger.com0